Adolescente cego cursa duas universidades

Esta matéria foi feita especialmente pensando naquele pessoal que sonha em entrar na universidade, mas acha que não vai conseguir passar no vestibular. Por isso, o Portal InfoNet foi entrevistar Lucas Aribé. A história dele poderia ser parecida com a de tantos outros que superaram dificuldades, mas… Confira a história e veja o motivo dela ter sido escolhida para abrir a seção Notícias do InfoNet Vestibular!

 

Lucas Aribé é um rapaz de 19 anos que gosta de tocar teclado e violão, de jogar xadrez e totó  com seus amigos, além de se desdobrar para conseguir acompanhar o ritmo dos cursos de Jornalismo, na Universidade Tiradentes (Unit) e Letras, na Universidade Federal de Sergipe (UFS), já que escolheu cursá-los ao mesmo tempo.

 

O grande detalhe é que Lucas é também deficiente visual desde que nasceu. “Eu tenho cabeça como todo mundo, tenho carne, tenho osso. Só meus olhos que não funcionam”, diz Lucas, que não pretende desistir nunca de levar uma vida normal mesmo com sua deficiência.

 

Desde cedo Lucas foi estimulado pela sua família a estudar. Apesar da falta de preparo das escolas e professores para  ensinar crianças especiais, sua mãe insistiu em matricular Lucas em escolas não especializadas. Ela mesma se encarregava de transcrever todos os livros para o braille, de forma que o seu filho pudesse acompanhar as aulas como as outras crianças.

Lucas também fez sua parte. Aprendeu a ler em braille numa escola especializada quando ainda era criança e atualmente se orgulha de nunca ter sido ajudado ou tratado de maneira mais branda pelos professores. Lucas, aliás, trata com desprezo o preconceito que sempre teve que enfrentar, principalmente quando criança. “As crianças sempre encontram um defeito no outro. Ou ele é feio, ou gordo, ou burro. No meu caso eu era o cego”, ironiza ele.

UNIVERSITÁRIO – A opção pelo curso para o qual faria o vestibular não foi uma coisa fácil. Como a maioria dos adolescentes, ele já havia pensado em ser quase tudo, de médico até advogado do Vasco da Gama – seu time  do coração. Quando percebeu sua paixão pela língua portuguesa e pelo jornalismo ficou na dúvida entre os dois cursos. “Não escolhi, fiz os dois”, diz ele, que passou no vestibular para as duas áreas na primeira tentativa.

 

Para estudar Lucas usa um scanner, onde digitaliza todo o material que precisa. Depois disso é só transformar os arquivos em textos, que são lidos por um programa especial de computador. Para

Além dos amigos e da mãe, recursos tecnológicos ajudam Lucas a estudar
Lucas a ajuda dos amigos também é muito importante. “O pessoal me inclui nos grupos, lê os textos para mim durante a aula e me ajuda na locomoção dentro das universidades”, afirma.

        

Agora, Lucas pretende trancar a faculdade de Letras e se dedicar somente ao Jornalismo. Segundo ele, esta é uma profissão “mais diversificada”. Sua meta é começar um estágio na área de radialismo.

 

Ele quer que sua história sirva de exemplo tanto para os outros deficientes quanto para aqueles que têm vergonha ou medo de tentar fazer as coisas. Lucas ainda pensa em fazer outros cursos depois desse, sempre contando com sua própria força de vontade. “Desistir é uma palavra que não entra no meu dicionário”, enfatiza.

 

Por Carolina Amâncio e Janaina Cruz

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