Adolescente que agrediu professora pode ser liberado

(Foto: Arquivo Portal Infonet)

O advogado Minervino Hora, que defende o adolescente de 16 anos acusado de agredir a professora Carla Valéria Oliveira, 40, diretora do Colégio Lourival Fontes, localizado no bairro Santo Antônio, acredita que seu cliente será liberado em breve por falta de provas que o incrimine. 

De acordo com Minervino Hora, o adolescente não teve intenção de matar a professora como foi relatado pela vítima. Ele diz que seu cliente se sentiu constrangido após ter sido comunicado nos corredores da escola, pela professora Carla Valéria, que seria transferido daquela unidade de ensino. Momento em que o adolescente teria agido por impulso, e desferiu um murro contra à professora que caiu e bateu a cabeça na parede.

Hora acrescentou que a professora não apresentou nenhum laudo técnico que comprove as agressões, por isso, o advogado acredita que seu cliente ganhará a liberdade da Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip), nos próximos dias.

Minervino afirma ainda que o adolescente sempre teve bom comportamento e boas notas na unidade de ensino, e que estaria profundamente arrependido do fato ocorrido. “Não existe motivos para a reclusão. Meu cliente é um menino bom, de família religiosa, sempre teve bom comportamento na escola, isso foi um ato impensado, num momento de constrangimento. Acredite que ele está bastante arrependido, mas a outra parte não quer aceitar o pedido de desculpa do meu cliente”, salientou.

A vítima

Em entrevista ao Portal Infonet, a professora Carla Valéria, afirmou que teme a soltura do adolescente. Ela ressalta que vive enclausurada, e não sabe o que será da sua vida caso ele seja liberado. “Pedi afastamento das minhas atividades e fico em casa trancada o tempo inteiro morrendo de medo de que ele seja solto para terminar o serviço que não conseguiu concluir, que era me matar. Imagina se ele consegue ser liberado. Não sei o que será da minha vida”, lamentou.

A professora Carla Valéria disse ainda que passando por vários problemas de ordem psicológica  após as agressões, e que não tem recebido apoio da Secretaria de Estado da Educação (SEED), “ O único auxílio que recebi foi um carro para ir até o hospital no dia do fato, e a visita de um psicólogo 15 dias depois das agressões. Fora isso, mais nada”.

SEED

Em contato com a Secretaria de Estado da Educação de Sergipe, o Portal Infonet recebeu a informação através da coordenadora de prevenção à violência, Josevanda Mendonça Franco, de que a professora vítima, Carla Valéria, estaria recebendo toda assistência que é de incumbência do órgão e que em momento nenhum a professora ficou desamparada.

“Desde o início do problema que estamos acompanhando o caso da professora, inclusive, eu mesma fui até a delegacia e hospital com ela. Agilizamos toda parte burocrática para ela, que entrou rapidamente de licença, e ainda a deixamos à vontade para escolher para qual unidade quer retomar suas atividades quando ela estiver em condições de voltar ao trabalho”, salientou.

Josevanda Mendonça afirma ainda que todo contato vem sendo feito com a irmã da vitima e que continuará à disposição da vítima para ajudar no que por preciso, mas que não pode fazer tutela 24h da servidora. “O que não podemos é comprar remédios e outras coisas que não são de responsabilidade da secretaria, pois temos vários profissionais em nossos estabelecimentos de ensino que passam por situações abomináveis como essas constantemente. Estamos à disposição para qualquer coisa que for da nossa reponsabilidade, mas fazer tutela não nos cabe”, ressaltou.

Quanto ao adolescente, Josevanda Mendonça disse que vem fazendo o monitoramento dele através do Centro de Assistência Social da Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip). A gestora da Seed afirma que também foi oferecido acompanhamento psicológico para família do jovem, mas que eles preferiram seguir orientações do advogado, e optaram pelo não acompanhamento psicológico.

Por Adriana Meneses

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