Baixo rendimento na escola é vilão no processo de aprendizagem

Thiciane defende que a agressão física é totalmente ineficiente
O segundo semestre letivo é sinônimo de ‘correr atrás do tempo perdido’ para os alunos com baixo rendimento escolar. Faltando poucos meses para o encerramento das aulas, é preciso determinação e esforço para evitar a temível reprovação.

O que muitos pais não percebem, no entanto, é que notas baixas podem significar dificuldade de aprendizagem, um distúrbio que pode ser gerado por uma série de problemas cognitivos ou emocionais, afetando diversas áreas do desempenho escolar.

Para o coordenador de ensino médio Paulo César Araújo de Santana, o acompanhamento dos pais é extremamente importante e insubstituível. ”É preciso existir uma sintonia entre o aluno, os pais e a escola para se conseguir avanços. Claro que não se pode confundir preguiça com dificuldade em aprender; ninguém tem a obrigação de tirar boas notas, mas sim de estudar”, ele diz.

“Somente com sintonia entre aluno, pais e escola se consegue avanços”, diz o coordenador
Segundo ele, os pais precisam exigir mais dos filhos e não ter medo de impor limites. “Para o adolescente é muito agradável assistir televisão, passear no shopping, gastar horas em sites de relacionamento… mas eles têm que ser chamados à sua responsabilidade”.

Uma alternativa muito utilizada pelos pais na hora de “chamar os filhos à sua responsabilidade” é o castigo físico ou material. A coordenadora pedagógica Thiciane Anjos Nascimento defende que a agressão física é totalmente ineficiente.

“Dizer para a criança que ela ficará sem usar o computador ou assistir televisão por um mês também não adianta. Se não for explicado o porquê do castigo ela não saberá o que fez de errado. O diálogo é sempre a melhor forma para alcançar conquistas”.

Motivação

Crianças com dificuldades de aprendizagem geralmente apresentam desmotivação e incômodo com as tarefas escolares gerados por um sentimento de incapacidade, que leva à frustração. Neste caso, a orientação da coordenadora é de “valorizar o que a criança sabe para fortalecer sua auto-estima”.

Mostrar para a criança o quanto ela é boa em tarefas na qual ela tem habilidade e incentivá-la a desenvolver outras tarefas nas quais ela não é tão boa, é fundamental. Criar um ambiente adequado para que ela desenvolva o estudo e estabelecer limite de horários para a realização das tarefas são outras dicas importantes.

Paulo afirma que problemas de aprendizagem podem ser causados também por uma simples preferência por determinadas disciplinas ou assuntos. “Nestes casos um professor particular pode, muitas vezes, resolver o problema”, diz ele. “O ideal é que o aluno sempre preste atenção, anote tudo durante a aula e, principalmente, estude em casa, no mínimo quatro horas diárias”.

A correria e tensão da vida profissional muitas vezes desmotivam ou até mesmo impedem os pais a acompanharem as atividades diárias dos filhos. Uma alternativa é contatar a escola via telefone ou e-mail; algumas escolas possuem website e agendas eletrônicas para consulta. “É ótimo, sempre que possível, perguntar como a criança ou adolescente passou o dia, o que foi aprendido, dar uma olhada nas atividades. Eles gostam de mostrar o que aprenderam e é incentivador receber elogios”, diz Thiciane.

Marcelo estuda no começo do ano para evitar o aperto
Mas a motivação maior precisa vir do próprio aluno. Segundo Paulo, é preciso estar disposto a melhorar e encontrar meios de fazê-lo. “O aluno precisa privar-se de algumas coisas. É tudo uma questão de prioridade! Ele precisa entender que a única coisa certa que terá na vida virá com o estudo”.

Um exemplo de determinação é o estudante Marcelo Costa Paes, de 15 anos. Pretendendo cursar Medicina, ele estuda tudo no primeiro semestre para “se ver logo livre no fim do ano”. “Não gosto muito de estudar, mas sei que é importante e quero ser alguém na vida”. A mãe de Marcelo, que cursa o primeiro ano do ensino médio e estuda no mínimo três horas por dia, está sempre presente: “Ela está presente em todas as reuniões da escola e sempre me motivou bastante”.

Acompanhamento psicopedagógico

Se os pais acreditam que seu filho apresenta dificuldades de aprendizagem, devem procurar um profissional para receber as orientações.

Neste caso, os psicólogos com especialização em clinica infantil, são os profissionais adequados para realizar uma avaliação e tratar da criança, se o problema for gerado por fator emocional. Caso o diagnóstico da criança for dificuldade cognitiva, a criança deve ser encaminhada para um psicopedagogo que poderá ajudar no desenvolvimento dos processos de aprendizagem.

Para obter resultados concretos é preciso ser feito um trabalho em conjunto entre pais, psicólogos, escolas e professores, que deverão estar envolvidos com um único objetivo: ajudar a criança e o adolescente. E é imprescindível que os pais conheçam seus filhos e conversem freqüentemente com eles para que possam detectar quando algo não vai bem.

Por Marianne Heinisch e Aldaci de Souza


 

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