Especial UFS 40 Anos – Entrevista

Natan em entrevista ao Portal Infonet
O estudante Natan Alves está há cerca de um ano no comando do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e junto ao diretor regional da União Nacional dos estudantes (UNE), Maurício Soares, falou sobre movimento estudantil e alunado da UFS.

 

Portal Infonet – O Movimento Estudantil tem o que comemorar nos 40 anos da UFS?

Natan Alves – Sim. A universidade hoje consegue cumprir melhor o seu papel social, já que antes se tinha uma universidade para poucos e hoje se vê uma diversidade maior de estudantes, principalmente pelo projeto de interiorização.

 

Infonet – E quais são os principais desafios daqui para frente?

NA – Na década de 90 nós tínhamos uma luta pelo acesso ao ensino básico, e hoje ela se transformou em uma luta pelo acesso ao ensino superior. É algo que pode acontecer em 10, 20 ou 30 anos, ampliando o número de vagas e levando os cursos de ‘elite’ ao interior, não só restringir às licenciaturas. Em Glória e Lagarto há hospitais regionais que serviriam muito bem de suporte a um hospital universitário.

 

Infonet – E quanto ao número de cursos e vagas?

NA – É preciso amplia-los, até porque Sergipe só possui uma universidade pública e o Estado não tem condições orçamentárias de manter uma universidade estadual.

 

Infonet – Quais as vitórias alcançadas através da luta do DCE da Universidade Federal de Sergipe?

NA – Foram várias. Posso citar alguns exemplos: as aulas de idiomas para alunos da instituição, que é pré-requisito fundamental a um mestrado ou doutorado e o uso da carteira de passe estudantil nos finais de semana e feriados, esta última que foi uma vitória de toda a comunidade estudantil. Também tiveram as melhorias da refeição do Restaurante Universitário e do acervo da biblioteca.

 

Infonet – Você citou comunidade estudantil. Na sua opinião, qual o atual perfil do aluno da UFS?

NA – O aluno da UFS é participativo, chega junto quando é preciso mobilização e se engaja nas causas que dizem respeito à instituição. Foi assim no caso do uso do passe escolar nos feriados e finais de semana, que já citei, quando conseguimos reunir cerca de 6 mil estudantes na praça Fausto Cardoso.

 

Para Maurício, Movimento estudantil está mais vivo do que nunca
Infonet – O Movimento Estudantil tinha muita notoriedade nos tempos de ditadura militar. Com o passar dos tempos, o movimento mudou?

NA – Acho que o movimento precisa acompanhar a realidade política do país. É preciso partir dos problemas atuais e buscar soluções, não só ficar no protesto. Palavras como ‘FMI’, ‘Alca’ já devem ser abolidas das discussões. Nos encontros nacionais de militantes estudantis percebo que nacionalmente há muito o que se mudar no movimento.

 

Maurício Soares – Ressaltando que o Movimento estudantil nunca morreu. Recentemente, durante a ocupação da reitoria da UnB por estudantes, uma grande revista de circulação nacional estampou: ‘A volta do Movimento Estudantil’, parecendo que após as Diretas ele morreu. E na verdade, o Movimento Estudantil está mais vivo do que nunca, e enquanto houver perspectiva de melhoria ele continuará vivo.

 

Infonet – Como é a relação entre DCE e reitoria?

NA – Buscamos uma relação baseada no diálogo, na harmonia e respeitando a relação institucional. Acho que esse é o melhor caminho. Foi através de diálogo que conseguimos, por exemplo, abrir o posto de recarga de cartão do passe escolar até às 21h, que inicialmente deveria era fechado mais cedo.

 

Natan e Maurício falam sobre as disputas pelo diretório
Infonet – Os bastidores da militância estudantil é um tanto polêmicos, envolvem eleições entre blocos divergentes. Como vocês encaram os ‘adversários’?

NA/MS – É uma luta de grupos e de interesses que correspondem às ideologias de cada um, já que a universidade também é espaço de discussão. Mas acredito que a disputa deve ser baseada na ideologia e não no pessoal.

 

Infonet – Vocês podem concluir a entrevista com alguma mensagem.

NA – Agradecer a todos que contribuíram de qualquer forma na luta do movimento e convidar o jovem a participar da luta pela melhoria da universidade pública.

 

MS – Eu quero agradecer ao Portal Infonet por abrir este espaço, e enfatizar que o movimento estudantil está mais vivo do que nunca.

 

Por Glauco Vinícius e Gabriela Amorim

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