Estado de Sergipe possui apenas 7,9% de Mata Atlântica

Exposição foi aberta no Parque dos Cajueiros (Fotos: Portal Infonet)

O Estado de Sergipe possui 9,23% de Mata Atlântica, enquanto que o índice no país é de apenas 7,9%. Com o objetivo de conscientizar as pessoas para preservar o que ainda existe, a Fundação SOS Mata Atlântica realiza uma exposição itinerante, que foi aberta na manhã desta segunda-feira, 22 até o próximo dia 4 de novembro no Parque dos Cajueiros. A mostra cujo ponto alto são dois caminhões adaptados [um que se transforma em palco com várias atividades e o outro, que vira salas de aulas], vem percorrendo 17 estados.

A orientadora ambiental e bióloga da SOS Mata Atlântica, Nadine Bitencourt, explicou que a exposição itinerante conta com várias atividades abertas para todo tipo de público. “A  gente percorre dentro da Mata Atlântica os 17 estados, desde o Rio Grande do Sul  até o Piauí , mostrando para as pessoas o que está acontecendo dentro da Mata Atlântica.  Da área original a gente só está  com 7, 9%.  A gente tem várias atividades de educação ambiental, mostrando o que está acontecendo com o meio ambiente, que a gente faz parte do meio ambiente, está integrado”, ressalta.

Estudantes participam de plantio de espécie da Mata Atlântica

Indagada se atribui a situação atual ao crescimento habitacional, Nadine Bitencourt foi enfática: “Eu atribuo à falta de responsabilidade com  as atividades . Não é a quantidade de pessoas que vai fazer o ambiente ser degradado, mas a forma como as atividades podem ser desenvolvidas, sustentável, em harmonia com o meio ambiente, sem degradar, preservando para ter recurso natural para as gerações futuras, para que elas possam usufruir, o que não está acontecendo hoje”.

Mostra

A bióloga destacou as atividades que costumam atrair grande público por onde a exposição itinerante passa.

“Nós temos dois caminhões adaptados, um vira um palco com diversas atividades voltadas para crianças e adolescentes, o outro vira sala de aulas para palestras, rodas de conversas. Temos exposição de painéis que se chama ‘Nosso Verde também depende do Azul’, mostrando a conexão  entre o ambiente aquático e o ambiente terrestre, todos os impactos que estão sendo gerados, toda a importância dos mares, oceanos e florestas para as nossas vidas, para  o dia a dia, uma maquete interativa  mostrando a diferença do solo com vegetação e do solo desmatado e da influência da vegetação no nosso ciclo da água, porque se não tiver vegetação, não tem nem água  para beber”, entende Nadine Bitencourt.

Apelo

Influência da vegetação no ciclo de água

A superintendente de Áreas Protegidas Biodiversidade e Florestas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Valdineide Santana, destacou que o Estado de Sergipe [que recepciona a exposição pela segunda vez , a primeira foi em 2010], aproveita a oportunidade para fazer um apelo pela manutenção do pouco que resta da Mata Atlântica.

“Sergipe está recepcionando esse evento da SOS Mata Atlântica  e aproveitando para fazer um apelo pra que cada vez mais a gente trabalhe com a perspectiva de ter a proteção da Mata Atlântica em Sergipe, ter a valorização do que sobrou para que num futuro próximo a gente possa ter uma conexão de algumas áreas. Nós só temos  9,23% de área com vegetação nativa em Sergipe,  um dos estados do Nordeste que mais reduziu a sua cobertura de vegetação nativa. Isso por conta do processo de ocupação que se deu no litoral e a Mata Atlântica foi o alvo principal da exploração”, explica.

Estudantes na maquete interativa

Nadine Bitencourt, da SOS Mata Atlântica

Valdineide Santana, da Semarh

Valdineida Santana disse ainda que: “Essas áreas que sobraram estão ou em locais particulares, em assentamentos ou em áreas protegidas. A Semarh protege alguns fragmentos de Mata Atlântica, em Capela [na Mata do Junco], no Morro do Urubu e no litoral Sul, com as dunas e as restingas”.

E que a exposição está trazendo um diferencial. “A exposição traz a lembrança que pra proteger a Mata Atlântica, a gente precisa manter  a qualidade das águas dos estuários e do mar. Muitas espécies marinhas, na época da reprodução elas vêm pros estuários  e por isso a gente está fazendo esse apelo, porque a gente nunca lembra, pensa que o mar é uma coisa e a floresta é outra.  Inclusive aqui tem maquete mostrando que o lugar que tem floresta, tem uma condição de vida melhor e o que não tem,  fica sempre propenso a inundações, erosão, desmoronamentos. É importantíssimo ter as áreas de Mata Atlântica protegidas”, alerta.

Por Aldaci de Souza

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