Neurociência atrelada à educação reduz analfabetismo em Lagarto

Palestra com aconteceu no Museu da Gente, nesta quinta-feira, 06. (Portal Infonet)

Em prática há quase dois anos, o Método de Alfabetização Scliar, implantado no município de Lagarto, vem colhendo frutos promissores em relação ao processo de instrução das crianças que estão nos três primeiros ciclos de alfabetização. A criadora do método, a cientista da linguagem Leonor Scliar-Cabral, esteve presente no auditório do Museu da Gente Sergipana nesta quinta-feira, 06, para detalhar a técnica implementada pelo município sergipano e os desafios da alfabetização para os professores.

“70 crianças de 06 anos, que estavam cursando o 1° ano do Ciclo de Alfabetização, foram alfabetizadas através do meu método. Tornaram-se leitores fluentes”, destaca Leonor. Lagarto passou a adotar a técnica em 2017, inicialmente como uma fase de teste, para tentar reverter os péssimos índices da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA). De lá pra cá, com o resultado crescente e acima da médica nacional, o município tentar tornar o método mais abrangente para beneficiar um maior número de crianças.

Leonor Scliar-Cabral, explicando os avanços do seu método em Lagarto. (Foto: Portal Infonet)

Leonor também argumenta que o modo com o qual a ANA avalia as crianças é deficitário, pois tenta induzir os alunos a respostas automáticas, não propiciando um real panorama do nível de leitura e discernimento. “As questões enviesavam a avaliação não permitindo uma real análise sobre o que é analfabetismo”, destaca. A linguista deixa claro que o principal modo de avaliar se uma crianças sabe ou não ler é incentivando à leitura. “Para avaliar se uma criança sabe ler, no mínimo, precisa-se escutar essa criança lendo em voz alta para saber se ela dar a entonação ao que está lendo. Sem uma boa entonação a criança não compreende aquilo que lê”, afirma.

Ainda de acordo com ela, ao longo dos anos a neurociência tem trabalhado para aperfeiçoar técnicas que estimulam o aprendizado, e são esses métodos que precisam ser colocados em prática a fim de oferecer aos professores e alunos uma melhor qualidade no processo de ensino-aprendizagem. “Lagarto é um exemplo claro onde aos poucos nós podemos modificar a educação, mudando velhas práticas e adotando métodos mais eficazes”, avalia.

Por João Paulo Schneider  e Aisla Vasconcelos

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