Os professores da rede Municipal de Estância retornaram às salas de aula na última segunda-feira, 6. A greve de 40 dias foi encerrada após uma decisão judicial que reconheceu a ilegalidade da paralisação e fixou multa em R$ 10 mil caso a classe não cumprisse a determinação. Nesta quarta-feira, 8, a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (Sintese) Ivônia Ferreira, disse que mesmo com a decisão, classificada como “repressora dos trabalhadores” os professores não deixarão a luta de lado. Professores chegaram a vir a Aracaju pedir apoio dos deputados estaduais (Fotos: Arquivo Infonet)
Na última terça-feira, 7, durante o desfile cívico daquela cidade, Ivônia disse que os professores realizaram um novo protesto, com a participação de cerca de duas mil pessoas, e que o ato também foi reprimido pelo prefeito Ivan Leite. “Ele utilizou a guarda municipal e colocou ônibus na nossa frente para impedir a manifestação”, acusa.
“Sabemos do prejuízo da greve, mas não vamos cruzar os braços. Faremos novos atos no decorrer deste ano e se nossas reivindicações não forem atendidas, vamos fazer uma nova paralisação no início do ano letivo de 2011, também por tempo indeterminado”, avisa a dirigente sindical. Os professores reivindicam o retorno de gratificações, como regência de classe, à folha de pagamento, além de exigir segurança e a reforma das escolas. “Algumas estão em obras há mais de três anos”, destaca Ivônia Ferreira. Ivônia diz que professores podem entrar em greve novamente em 2011
O principal entrave nas negociações, segundo ela, está na falta de diálogo com a Prefeitura Municipal. Ivan Leite, por outro lado, nega que não tenha recebido os professores e diz que todos os pontos apresentados por eles já são atendidos. “Eles têm total ciência de que o município foi um dos primeiros a pagar o piso nacional. Ontem eles
tumultuaram o desfile cívico, descumprindo uma liminar que nos foi concedida. Essa manifestação parece muito mais ser política”, afirma o prefeito. Para o prefeito, todos os pontos de reivindicação foram atendidos (Foto: Márcio Dantas)
Ainda segundo Leite, as gratificações exigidas já são incorporadas ao salário, uma medida aplicada desde a gestão anterior. Ele disse, ainda, que não está fechado ao diálogo e que pode receber os docentes para mais uma negociação. “Desde que não seja uma conversa ‘só por conversar’, pois já respondemos a todos os pontos de reivindicação”, salienta.