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Marcha deve reunir cerca de 8 mil professores de 74 municípios (Fotos: Portal Infonet) |
A vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino de Sergipe (Sintese), Lúcia Barroso, disse nesta quinta-feira, 28, que o maior impasse para que os professores recebam o pagamento do piso nacional do magistério, hoje em R$ 1.187,00, é a falta de vontade política, principalmente do Governo do Estado.
Ela disse que apenas 17 dos 74 municípios sergipanos já acertaram o pagamento do piso. “Alegaram a falta de dinheiro, mas a receita deste ano é superior a de 2010, quando implantaram o pagamento do piso e houve a revisão do valor”, critica a sindicalista.
Uma forma de pressionar o poder Público pela revisão do piso em 2011 foi a marcha organizada pelo Sintese nesta tarde, quando cerca de 8 mil professores caminharão da Praça da Bandeira, no bairro São José, até o Palácio dos Despachos, no conjunto Leite Neto. “Antes os gestores não cumpriam a lei alegando que não havia definição se o piso era vencimento ou remuneração. A decisão do STF [Supremo Tribunal Federal] veio confirmar que é vencimento. Isso deu força à luta e hoje não há mais o que ser questionado”, declara Lúcia Barroso.
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Lúcia Barroso diz que falta vontade política dos gestores |
Professores
As professoras Maraísa Santos Oliveira e Eloívia Valesca vivem situação distintas: a primeira leciona em Gararu, onde o novo salário começa a ser pago este mês; a outra em Porto da Folha, onde ainda não há qualquer sinal de negociação. Maraísa diz que apesar de não ter acompanhado as negociações, reconhece a iniciativa do prefeito em cumprir a lei. “Mesmo assim estou aqui para apoiar a luta dos demais. Todos unidos daremos força para que a situação seja resolvida”, diz.
Eloívia vê na marcha uma maneira de sensibilizar o prefeito de Porto da Folha para definir o pagamento. “A gente está lutando pelo que tem direito. O problema é que não tivemos acesso a folha para saber quem é trabalhador da educação e quem não é. A verba chega desde o início do ano, mas esperamos há três meses e até aqui nada”, lamenta.
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Professores devem seguir em caminhada até o Palácio dos Despachos |
Municípios
De acordo com uma tabela divulgada pelo Sintese, o Município de Maruim ainda não paga o piso, instituído em 2009; os municípios de Malhada dos Bois, Campo do Brito e Neópolis pagam apenas 2/3 do valor: R$ 950. Outros 46 municípios ainda não revisaram e pagam R$ 1.024,67.
Na próxima segunda-feira, 2 de maio, o governador do Estado, Marcelo Déda, reúne-se com representantes do Sindicato para negociar o pagamento do piso. Ele disse na manhã desta quinta, durante o retorno ao governo após um período de férias, que apesar de reconhecer a legalidade do piso não tem condições de pagar a correção de uma só vez.
“É como se fosse uma pessoa que tem uma dívida, quer honrar o compromisso, reconhece o direito de quem está cobrando, mas pede paciência para pagar de forma parcelada. É um assunto difícil, mas que vamos estudar com calma”, explicou.
Por Diógenes de Souza e Aldaci Souza