Uma solução, compatível com os sistemas Android e iOS, busca reinventar a forma como crianças do ensino fundamental são avaliadas, com provas inovadoras, no contexto da pandemia gerada pelo novo coronavírus (covid-19). Essa é a síntese do aplicativo Elesson DUO, capaz de promover avaliação híbrida (digital e presencial). A ideia é descobrir pontos fortes ocultos e identificar barreiras na aprendizagem.
A microempresa Ruanceli do Nascimento Santos, que desenvolveu o app, foi selecionada, em 2020, no Edital de Apoio à Inovação para Combate ao Novo Coronavírus, lançado pelo Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Inovação (Fundeci), administrado pelo Banco do Nordeste, com objetivo de fomentar o desenvolvimento de soluções que contribuam para pesquisa e inovação no combate à doença e aos seus efeitos sobre o sistema de saúde, do bem-estar social e produtivo.
O projeto surgiu da identificação de escassez de soluções para o ensino a distância (EAD) nas pequenas escolas privadas e redes de ensino públicas. Daí porque a concepção do Elesson DUO levou em consideração a pouca familiaridade de alunos e profissionais com ferramentas de EAD e a falta de ambiente que apoie e promova o ensino personalizado.
O produto propõe que usuários respondam questões on-line e impressas, distribuídas em kit físico com avaliações das disciplinas de matemática, português e ciências alinhadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Inteligência Artificial
O aplicativo Elesson DUO trabalha com modelos de Inteligência Artificial, tecnologia que transforma dados externos em informações digitais de forma inteligente. Reúne equipe composta por professores, especialistas em neuropsicopedagogia e no ensino de matemática. Seu impacto reside no fato de que a propagação da covid-19 provocou o afastamento de 2 bilhões de estudantes das salas de aula em todo o mundo.
Esse fenômeno causou repercussões no cenário educacional, provocando a necessidade de ferramentas educacionais on-line pelos professores, em escala mundial. Na medida em que as redes pública e privada de ensino, por exemplo, interromperam o funcionamento das escolas, surgiu o desafio de adoção de atividades de ensino à distância, de aumentar conteúdo disponível e de permitir a avaliação personalizada.
Parceria internacional
Além do apoio do Fundeci/BNB, o aplicativo foi criado com parceria da multinacional Stefanini IT, que desenvolve modelos de previsão da Inteligência Artificial, e com apoio pedagógico do Instituto Singularidades, que realizou capacitações para a equipe pedagógica nas áreas de ensino híbrido, cultura digital, neurociências da educação e BNCC.
Segundo a diretora pedagógica da Elesson, Raiane Ribeiro, “nossa intenção é unir avaliações digitais e presenciais capazes de proporcionar aos alunos uma transição mais suave de volta às aulas presenciais, servindo de suporte pedagógico para compreensão do potencial e desempenho dos alunos”.
Em fase de teste aberto, o aplicativo integra projeto-piloto com alunos de Santa Luzia do Itanhy, para o que serão distribuídas mil licenças vitalícias de uso do app, cuja solicitação pode ser cadastrada no site https://reserva.elesson.com.br ou pelo WhatsApp 79 3142-3032. Também serão distribuídos gratuitamente 100 kits físicos.
Conforme Ruanceli Santos, diretor-geral da empresa, “nosso objetivo é formar uma rede de escolas-piloto para configurar um programa de excelência em avaliação que use processos participativos, envolvendo alunos e professores no design do aplicativo”. Ele complementa que “nossos relatórios fornecem dados essenciais para compreender melhor as lacunas que podem não ser óbvias, mapeiam o estado de conhecimento e traçam metas de um aluno, fornecendo a lição certa para o aluno certo na hora certa.”
Criada em 2016 pelo microempresário individual Ruanceli do Nascimento Santos, a startup tem sedes em Aracaju e no município de Santa Luzia do Itanhy, em Sergipe, e gera sete empregos diretos. Como programador e pesquisador, Santos já trabalhou em projetos educacionais do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI), cuja incubadora global de tecnologias sociais também fica em Santa Luzia do Itanhy.
O edital
O edital BNB/Fundeci, lançado em abril de 2020, destinou recursos, no valor de R$ 5 milhões, para micro, pequena e pequena-média empresas, a título de subvenção econômica e em caráter não reembolsável, com objetivo de apoiar projetos voltados para o desenvolvimento de soluções que possibilitem diagnóstico rápido da covid-19 a custo competitivo, de produtos que contribuam para o tratamento da doença, a exemplo de respiradores artificiais, bem como de soluções que ajudem a otimizar protocolos de atendimento a pacientes, como softwares, hardwares, aplicativos, dentre outros.
Incluiu-se também o desenvolvimento de ferramentas que permitam, de forma remota, o diagnóstico, tratamento e prevenção da doença, proporcionando escalabilidade neste tipo de atendimento. E como forma de reduzir a capacidade de proliferação da covid-19, estão abrangidas tecnologias voltadas para limpeza e desinfecção de áreas de trabalho, ambientes hospitalares e residências, incluindo equipamentos e centrais de ar-condicionado.
Fonte: Assessoria
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