Rio São Francisco: pesquisa constata vazão e salinidade

Estudos apontam que há salinidade e que o rio não tem cheia (Fotos: Portal Infonet)

A recuperação hidroambiental de áreas degradadas nas bacias hidrográficas em Sergipe, do Rio São Francisco, foi tema de discussão entre estudantes e pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O II Seminário de Recuperação Hidroambiental reuniu projetos voltados para recuperação de áreas desmatas nas margens e também da salinidade encontrada em algumas regiões margeadas pelo rio. Pesquisadores constataram que há salinidade na água e que o rio não tem cheia há dois anos.

Antenor de Oliveira Aguiar, coordenador técnico do Projeto Águas do São Francisco, e autor do livro 'Contexto socioambiental das águas do rio São Francisco', explica que o encontro é uma espécie de prestação de contas para a sociedade. “O projeto tem por objetivo recuperar áreas degradadas na bacia hidrográfica do Rio São Francisco em Sergipe. Até esse momento quase 70 mil mudas foram plantadas recuperando cerca de 50 equitares nas margens dos Rios Betume em Neópolis e Jacaré, que fica em poço redondo e também nas próprias margens do Rio São Francisco”, detalha.

Antenor de Oliveira Aguiar "Todos os rios precisam ter  cheias e vazantes, mas o rio só está tendo vazante há dois anos”.

Ainda segundo Aguiar, a equipe de pesquisadores monitora a qualidade de quantidade de água, desde 2013. “o rio São Francisco passa por problemas críticos. É um rio muito precioso e nos últimos 70 anos sofreu um desmatamento muito forte, que tem causado erosão e também a construção de nove grandes barragens para geração de energia que mudou toda hidrologia do rio”, constata.

Dois grandes aspectos encontrados pela equipe são: a vazão reduzida do rio e o desmatamento das margens. “Essa vazão é causada por uma série de fatores, mas também pelo modo operação do sistema elétrico. Deveria estar passando no mínimo 1300 metros cúbicos por segundo e há dois anos vem reduzindo transformando o rio numa espécie de canal. Isso significa que todos os rios precisam ter cheias e vazantes, mas o rio só está tendo vazante há dois anos seguidos”, garante.

Desmatamento

"Os dados são preliminares porque estamos em análise, mas com as idas a campo, a gente percebeu que em algumas residências a água já chega salgada", Neuma

Outro problema é o grande desmatamento de todas as margens e a dificuldade algumas pessoas em trabalhar na recuperação.  “Nossa maior dificuldade é com médios empresários que tem certa dificuldade em liberar áreas para recuperação”, diz.

Salinidade

A doutoranda, Neuma Rúbia Figueiredo Santana, pesquisa o nível de salinidade da água do rio São Francisco e quão pode ser prejudicial se a água salgada e impedir a dinâmica de utilização das águas por agricultores e famílias. “Trabalho com a hidrodinâmica da foz do Rio São Francisco com o viés de pesquisa que monitora a salinidade da água do rio para o consumo. Quando o mar adentra, o rio saliniza e isso prejudica o consumo da água e de irrigação”, explica.

Neuma explica ainda que a invasão das águas do mar ao rio é causada pela vazão. “Com redução das barragens o rio perde um pouco seu fluxo. Quando a maré começa a subir, o mar ganha força e invade o rio que está perdendo força de atrito. Os dados são preliminares porque estamos em análise, mas com as idas a campo, a gente percebeu que em algumas residências a água já chega salgada”, conta.

O evento acontece até o fim da tarde desta sexta-feira, 23, na Universidade Federal de Sergipe (UFS) – Campus São Cristóvão.

Confira a programação:

8h30 – Apresentação das atividades do projeto
Tema: Recuperação hidroambiental – A experiência do Projeto Águas do São Francisco
Palestrante: MSc.Thadeu Ismerim Silva Santos (Engenheiro Florestal / SergipeTec)
Vídeo institucional Águas do São Francisco
Local: Universidade Federal de Sergipe – Campus São Cristóvão – Auditório da Didática V
10h – Café com prosa e Águas do São Francisco
Local: Área de vivência da didática V
10h30 – Exposição do projeto Águas do São Francisco
Local: Área de vivência da didática V
12h – Intervalo para almoço.

14h – Mesa redonda
Tema: Boas Práticas em Floresta, Água e Clima
Projeto Floresta Sustentável (BA)
Projeto Recor – Restauração do Rio Coruripe (AL)
Projeto Renas-Ser (AL)
Duração: 2 horas
Local: Universidade Federal de Sergipe – Campus São Cristóvão – Auditório da Didática V

16h – Intervalo
Distribuição de exemplares para os participantes do seminário com frequência de 100%.
Local: Área de vivência da didática V

16h30 – Oficinas
Projeto Floresta Sustentável Bahia
Facilitador: Biólogo e gestor ambiental Álvaro Vinicius Meirelles de Jesus
Projeto Águas do São Francisco Sergipe – Oficina de Educomunicação Socioambiental
Facilitadora: Lara Celi Alves de Barros.

18h – Encerramento com entrega dos certificados de participação

Por Eliene Andrade

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