Nesta quarta-feira (15/07), o IBGE divulgou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) para o módulo anual de educação, que investiga as características básicas do tema para as pessoas de 5 anos ou mais de idade.
Os resultados do módulo de Educação apresentam, para Sergipe, estabilidade em algumas temáticas e melhora em outras. Porém, persistem as desigualdades regionais, de gênero e de cor ou raça: mulheres permaneciam mais escolarizadas do que os homens, pessoas brancas tiveram indicadores educacionais melhores que os das pessoas pretas ou pardas e a região Nordeste apresentou a maior taxa de analfabetismo do país (13,9% diante de 6,6% registrado no Brasil).
Os nove estados da região Nordeste tinham as nove piores taxas do Brasil. Em Sergipe, a taxa do analfabetismo registrada em 2019 para pessoas de 15 anos ou mais foi de 13,5%. Em relação aos anos anteriores (a partir de 2016), o número não apresentou variação estatisticamente significativa. Ainda assim, a taxa estava entre as mais elevadas do país e retratava as diferenças sociais, principalmente de gênero, cor e raça, mas sobretudo diferenças geracionais. Para brancos, a taxa ficou em 11,2%, ao passo que para pretos e pardos ela ficou em 14,2%. Entre homens, a taxa era de 14,9% ante 12,3% entre mulheres.
As diferenças mais visíveis, porém, aparecem nos recortes etários, em especial na comparação entre a taxa
para pessoas com 15 anos ou mais (13,5%) e a taxa para pessoas com 60 anos ou mais (37,9%). Para
pessoas com 60 anos ou mais e de cor ou raça preta ou parda, a taxa de analfabetismo em 2019 chegava a
40,2%. Por outro lado, considerando apenas a região metropolitana de Aracaju, na população com 15 anos
ou mais, a taxa de analfabetismo caía para 6,4%.
Dados indicam aumento no número médio de anos de estudo
Apesar da taxa de analfabetismo não ter apresentado variações estatisticamente significativas no período 2016-2019, a população está mais escolarizada. Um dado que reflete esse aumento da escolaridade é o número médio de anos de estudo da população com 25 anos ou mais de idade, que, em Sergipe, ficou em 8,2 para o ano de 2019. Em 2016, eram 7,8 anos de estudo e, em 2018, 7,9 anos. As variações nas duas comparações foram consideradas estatisticamente significativas.
O aumento foi estatisticamente significativo nas duas comparações para as mulheres, que em 2016 tinham 8,1 anos de estudo, passando a 8,2 em 2018 e 8,5 em 2019. O mesmo aconteceu no grupo de pessoas com cor ou raça preta ou parda, com a média de anos de estudo passando de 7,5 em 2016, para 7,7 em 2018 e para 7,9 em 2019. Os padrões de desigualdade, porém, se mantiveram. Mulheres têm em média mais anos de estudo que homens (8,5 contra 7,8) e brancos, mais do que pretos e pardos (9,1 contra 7,9 anos).
Essa diferença é menos visível na região metropolitana de Aracaju quando se considera o recorte por sexo.
Em 2019, eram 10,3 anos de estudo em média, com 10,2 anos para homens e 10,3 para mulheres. Considerando apenas a capital, os dois grupos empatam em 10,8 anos. No recorte por cor ou raça, porém, a diferença se intensifica, com uma média de 11,6 para brancos e 9,8 para pretos ou pardos na RM de Aracaju, e 12,1 para brancos e 10,3 para pretos ou pardos no município da capital.
Dentre as 27 unidades da federação, o Distrito Federal tinha a maior média de anos de estudo (11,5), seguido do Rio de Janeiro (10,6) e de São Paulo (10,5). Alagoas (7,5), Maranhão (7,6) e Piauí (7,6) tinham as menores médias. Sergipe era o terceiro estado mais bem posicionado no Nordeste, atrás de Pernambuco (8,6 anos) e Rio Grande do Norte (8,5 anos). Dentre as Regiões Metropolitanas e Regiões Integradas de Desenvolvimento, Florianópolis (11,5), São Paulo (11,0) e Rio de Janeiro tiveram as melhores médias, ao passo que a Grande Teresina (9,0), Maceió (9,2) e Fortaleza (9,8) tiveram as piores. A RM de Aracaju teve a 14ª maior média entre 21 regiões consideradas. Considerando apenas as capitais, Florianópolis (12,4), Vitória (12,4) e Porto Alegre (12,0) tinham as melhores médias, e Teresina (9,6), Maceió (9,6) e Rio Branco (9,7) as piores. Aracaju ocupava a 18ª posição entre os 27 municípios.
Frequência escolar entre crianças com 0 a 5 anos aumenta
Um outro indicador que apresentou melhora na comparação com anos anteriores foi a frequência a escola ou creche no grupo de 0 a 5 anos de idade. Em 2016, 44,0% das crianças nesse grupo etário frequentavam escola ou creche. Em 2019, esse percentual passou para 52,8%. Considerando apenas as crianças com 4 e 5 anos de idade, também houve um aumento estatisticamente significativo (89,6% em 2016 para 94,8% em 2019). No grupo de 0 a 5 anos de idade, o aumento foi considerado estatisticamente significativo tanto para homens quanto para mulheres. No recorte por cor ou raça, a variação foi estatisticamente significativa entre pessoas pretas ou pardas.
Dos cerca de 660 mil estudantes de Sergipe em 2019, 70,3%, ou 465 mil, utilizavam a rede pública de ensino, e os 29,7% restantes a rede privada. No grupo de idade do ensino fundamental (6 a 14 anos), a proporção era bastante semelhante: 73,6% na rede pública e 26,4% na rede privada. Essa relação se inverte no grupo com 25 anos ou mais de idade, com 53,4% no ensino privado contra 46,6% no ensino público. No ensino superior, Sergipe contabilizava 78 mil pessoas, das quais 66,6% frequentavam a rede privada. No nível de pós-graduação, a participação da rede privada aumentava, chegando a 74,1% dos cerca de 11 mil estudantes de especialização, mestrado e doutorado do estado.
Considerando a adequação idade-série, as taxas de frequência mostram um declínio considerável a partir do ensino fundamental. No grupo com 6 a 14 anos, havia 96,9% de frequência ao ensino fundamental (etapa adequada para o intervalo de idades considerado). Esse percentual cai a menos da metade no grupo de 15 a 17 anos, com apenas 48,0% de frequência ao ensino médio. A evasão é menor entre mulheres, que são 97,3% no ensino fundamental nas idades entre 6 e 14 anos, e 54,7% no ensino médio nas idades entre 15 e 17 anos. Entre homens, o percentual cai de 96,5% para 41,8%. No grupo de 18 a 24 anos, 18,5% frequentavam o ensino superior.
Esse percentual atinge o seu menor patamar entre homens (15,2%), ao passo que os maiores patamares estão entre mulheres (22,0%) e pessoas de cor ou raça branca (22,0%). Entre pessoas de cor ou raça preta ou parda, a frequência nas idades entre 18 e 24 anos ao ensino superior era de 17,1%.
Quase metade das pessoas com 25 anos ou mais não tinha completado o ensino fundamental
A frequência decrescente a escola ou creche a partir do ensino fundamental tem reflexo no nível de instrução da população. No grupo etário com 25 anos ou mais de idade, observa-se que, em 2019, 49,8% das pessoas não haviam concluído o ensino fundamental. Já o nível superior, havia sido concluído por 12,6% das pessoas com 25 anos ou mais.
A chance de uma mulher com 25 anos ou mais ter o ensino superior completo é mais de 50% maior do que a de um homem no mesmo grupo etário ter concluído a mesma etapa de educação formal: 15% das mulheres tinham ensino superior ante 9,8% dos homens.
No recorte por cor ou raça, a chance de uma pessoa branca com 25 anos ou mais ter um diploma de nível superior em 2019 era quase o dobro da chance de uma pessoa preta ou parda no mesmo grupo de idade ter concluído o ensino universitário (20,2% para brancos e 10,4% para pretos ou pardos). Na comparação com anos anteriores, observou-se um aumento estatisticamente significativo no percentual de mulheres com 25 anos ou mais e ensino médio completo e superior incompleto, que passou de 25,6% para 28,1%.
Fonte: IBGE
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