Um dia após o Ministério da Educação (MEC) nomear uma interventora na Universidade Federal de Sergipe (UFS), Servidores, estudantes e docentes realizaram na manhã desta terça-feira, 24, um protesto no hall da reitoria da UFS. Segundo os manifestantes, a atitude do MEC não teve transparência e esconde o desejo de controlar de maneira ilegítima a independência da universidade. Após nomeação do MEC, a interventora tomou posse como reitora da UFS.
De acordo com o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Luiz Felipe Santos, a portaria do MEC que culminou com o afastamento do atual reitor Joviano de Santana Filho e nomeou a interventora Liliádia Barreto é uma interferência direta do Palácio do Planalto. “Somos contra a nomeação da interventora porque sabemos que é uma intervenção direta do Governo Federal na universidade. Já temos um candidato eleito pela comunidade. Ele é quem deveria ter sido empossado”, afirma.
Ainda de acordo com Felipe, qualquer intervenção na universidade deve ser feita de maneira transparente e não “de cima para baixo”. “O que vimos foi uma interferência direta do Governo Federal a fim de aplicar seu projeto de desmonte da educação pública, mas principalmente de controle ideológico e cerceamento da democracia”, avalia.
Dora Rosa, presidente do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), também afirmou que a entidade se manifestou contrária a essa intervenção federal na UFS. “Somos terminantemente contra essa intervenção na Universidade Federal de Sergipe. Vamos respeitar as eleições, o processo democrático e todo a comunidade universitária”, destaca.
Posição ADUFS
Em Assembleia Geral realizada na tarde desta segunda-feira, 23, as professoras e professores da Universidade Federal de Sergipe se posicionaram contra qualquer intervenção – interna ou externa – e em defesa da autonomia e democracia universitária. A categoria reivindicou também respeito aos resultados da Consulta Pública para a Reitoria, realizada pelas entidades que representam a comunidade acadêmica da UFS, entre dezembro de 2019 e agosto deste ano.
Também na Assembleia foi definido que a ADUFS solicitará uma reunião com a reitora pró-tempore. “Foi ressaltado por todos os presentes que esse pedido não significa reconhecer a intervenção, mas ouvir da interventora nomeada pelo MEC se há disposição em formar uma lista tríplice respeitando a Consulta Pública ou se o desejo é implementar uma política desrespeitosa à comunidade acadêmica”, destacou a entidade.
UFS
Em comunicado, a UFS afirmou que essa intervenção tem como intuito organizar um novo processo eleitoral de forma a seguir todos os regramentos de participação da comunidade acadêmica.
por João Paulo Schneider
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