"Bicicleta é meu esporte e transporte", diz sergipano selecionado para olimpíada (Foto: Antonio Borga/Confederação Brasileira de Ciclismo) |
Pela primeira vez em 24 anos, o Brasil terá um representante na prova considerada a mais complexa do ciclismo de pista olímpico, a omnium. O sergipano Gideoni Monteiro conquistou a vaga em Londres, na semana passada, e diz que a bicicleta ocupa um lugar maior que o esporte em sua vida.
“Hoje em dia, além de ser minha profissão, também uso a bicicleta como meio de transporte. É meu esporte e também o meu transporte”, conta ele, que diz ter um carro, reservado apenas para viagens de longa distância.
Gideoni mora em Indaiatuba, no interior de São Paulo, cidade considerada estratégica pela proximidade do Rio de Janeiro e do Aeroporto de Viracopos, em Campinas. Com ruas planas, a cidade favorece o uso da bicicleta no cotidiano, segundo o atleta.
Além do Rio de Janeiro, o atleta costuma viajar para a Suíça, onde se junta aos melhores do mundo em um centro de treinamento de alto rendimento. “Cada treino é quase uma competição. Os melhores do mundo estão ali. A gente acaba tendo um intercâmbio de experiências.”
Nas horas vagas, Gideoni aproveita para andar de bicicleta no país europeu, onde encontra um ambiente mais favorável para a mobilidade urbana dos ciclistas.
"Quando estou na Suíça, nem tenho carro. Só uso a bicicleta para me locomover. É uma coisa normal. Eles entendem que é um transporte, uma forma de locomoção normal. E eles se respeitam, dão espaço para a gente passar”, compara.
O respeito ao ciclista, segundo o atleta brasileiro, é mais importante que a infraestrutura urbana, e está em falta no Brasil. “Nesses últimos tempos, tivemos casos de atropelamento. Espero que todo mundo se conscientize de que quem está ali pedalando é uma vida também. Não custa nada você desviar um pouco a mais para passar pelo ciclista. Espero que as pessoas se conscientizem, e vejam a bicicleta não só como esporte, mas como transporte. E que cada um tenha o seu espaço.”
Quem pontuar menos vence
Considerada a mais complexa da modalidade, a disputa omnium é composta por seis provas. O atleta que fica em primeiro lugar em cada uma delas recebe a menor pontuação e, no final do torneio, que dura dois dias, quem estiver com menos pontos é o campeão.
Gideoni se classificou na 15ª posição entre 18 atletas que conquistaram vaga na mesma competição, que ele considera uma prévia dos Jogos Olímpicos Rio 2016, já que grande parte da elite do esporte estava presente.
Mesmo morando longe da família e da namorada desde 2014, Gideoni tem motivos para comemorar: foram dois anos de muito sacrifício para fechar esse ranking. “Começou em 2014 e foram dois anos sem Natal, sem ano novo e com muito planejamento", conta ele, que foi medalhista de bronze nos jogos Pan-Americanos de Toronto, no ano passado. "Me deram 10 dias de folga para respirar um pouco, mas dia 25 eu recomeço".
Fonte: Agência Brasil
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