Há anos aposentado das piscinas, o medalhista olímpico Gustavo Borges desdobra-se atualmente em atividades que vão de empreendedor a comentarista televisivo. Mas nada o retira de uma posição permanente: a de ícone da natação nacional. Dono de quatro medalhas olímpicas – duas pratas e dois bronzes -, o paulista de Ribeirão Preto esteve em Sergipe para comandar uma atividade lúdica com alunos do Colégio Master, e parou para conversar com o Portal Infonet sobre a nova geração olímpica, as diferenças da natação de antes para a atual e destacou seu grande momento na carreira. Confira.
Portal Infonet – Com tantos grandes momentos na sua carreira, qual é aquele que você destaca como principal?
Gustavo Borges – A prata que conquistei em Barcelona em 1992, uma medalha que deu sequência a todo um trabalho na década de 90 na minha carreira. Foi muito marcante.
Portal Infonet – Como você avalia nossa atual geração de atletas?
Gustavo Borges – Temos um pessoal mais das antigas, com o César Cielo, apesar de ele ter falado que vai parar. Temos ainda o Bruno Fratus, muito bem ranqueado, e o pessoal do revezamento 4×100 nado livre como Gabriel Silva e Pedro Spajari. Temos boas expectativas nessas provas de velocidade e nos revezamentos. Vamos ver o que acontece nesses próximos dois anos até os jogos de 2020.
Portal Infonet – E como você avalia o resultado brasileiro nos jogos do Rio 2016 na natação? Ficamos devendo?
Gustavo Borges – Faltou a medalha. Todos da geração que conquistou medalhas em 2008 e 2012 ou que pegaram final nessas olimpíadas estavam em 2016, mas não tivemos o resultado esperado. Tivemos resultados bons, como presença nas finais, mas o verdadeiro indicador é a medalha. Temos que evoluir, fazer uma renovação. Tem gente boa chegando e com certeza teremos uma geração nova trazendo bons resultados.
Portal Infonet – O que falta para o Brasil se consolidar entre as potências da natação?
Gustavo Borges – Basicamente, ganhar as medalhas. Há trabalho sendo feito e temos vários clubes com estrutura. Em potências como Estados Unidos e Austrália, a natação é um esporte diferenciado. Temos que continuar investindo, trazer a natação para as notícias e trazer os resultados.
Portal Infonet – O que mudou em termos de treinamento e alimentação da sua geração para a atual?
Gustavo Borges – Mudou praticamente tudo. A única coisa que não mudou é que você precisa entrar na água pra treinar. Mas no resto, mudou tudo: tipo de treino, de alimentação, de trabalho fora d’água. A mentalidade é meio parecida, mas hoje treina-se diferente para resultados diferentes. O atleta não precisa mais nadar 50, 60 70 km na semana. O pessoal de 100 metros livre nada 40 km, metade do que eu nadava, mas com intensidade muito maior. A forma de treinar está diferente.
Portal Infonet – A natação ainda faz parte da sua rotina diária?
Gustavo Borges – Faço pouca atividade dentro d’água, uma vez na semana. De atividade física faço mais fora d’água, como musculação, tênis, bicicleta. A natação ficou para as sextas e os sábados. Ainda está na minha rotina, mas não é atividade principal.
Por Igor Matheus
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