Jorge Replay: Adeus Confiança!!!

O técnico carioca conta como foi a convivência nos cinco meses a frente do Dragão O Confiança foi a segunda experiência de Jorge Replay no Nordeste. Aqui para cima, o técnico carioca trabalhou no Maranhão. Replay comandou o Moto Clube. No Dragão, foram cinco meses de trabalho. Jorge Replay desembarcou em Aracaju em 3 de janeiro, num sábado, às 21h45. Na bagagem, a responsabilidade de reabilitar o time do Bairro Industrial. E as dificuldades começaram com o vôo. Em plena alta estação, não foi fácil encontrar passagem. No dia 5, segunda-feira, o novo treinador foi apresentado ao grupo. Foi logo cedo, pela manhã. Uma conversa mostrou aos jogadores como o técnico importado do Rio de Janeiro gostava de trabalhar. No grupo atento, estavam Fábio, Nei, Ramon, Junior, Flavio, Gil, Índio, Jéferson, Dagil, Jéferson Carioca, Carlos Henrique, Rivelino e Bruno. A estréia foi em casa, no Estádio Sabino Ribeiro. O Dragão venceu o Riachuelo por dois a zero. Os bons resultados foram se somando. Em cinco meses, o Confiança, campeão da primeira fase, buscava a conquista antecipada do campeonato 2004, lutando para ganhar também o hexagonal. “Esses 5 meses foram marcados pela boa convivência”, declara Replay. Família Replay. Foi assim que o bom relacionamento entre comissão técnica e jogadores foi batizado pela imprensa. “ Eu tinha nas mãos um bom grupo, que sempre correspondeu as minhas orientações… Isso tornou o meu trabalho possível”, relata Jorge Replay. “Graças a isso, pude fazer um bom trabalho no comando do time”, arrematou. É, mas em toda família, mesmo nas mais unidades, brigas acontecem. No Confiança, não foi diferente. Pena…!!! A história feliz da “Família Replay” terminou justamente por causa de um desentendimento entre o técnico e um jogador. O atleta? Gil, conhecido na imprensa como líder do time. “ Eu não tive problemas com time. O problema foi com apenas um jogador”, Replay fez questão de enfatizar, durante toda a conversa. O Confiança, líder isolado do hexagonal, tinha 5 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o Sergipe. Bastaram uma derrota em casa e um empate para tudo ficar igual, já que o Sergipe venceu as duas rodadas e somou 6 pontos. Foi o suficiente para mostrar que a “ Família Replay” já não estava tão unida assim. Crise ? Ou técnico e jogador pensavam diferente? “ A meta era conquistar o campeonato antecipado. O título estava na mão, bastava vencer o hexagonal”, comenta Replay indignado. A divergência chegou a um ponto insustentável. Chegou aos meios de comunicação. A tranqüilidade no Bairro Industrial estava abalada. “ O clima ficou pesado. Era eu ou o Gil. Em benefício do time, achei melhor sair”, explica Replay. “ O nosso desacordo não poderia e nem deveria prejudicar a campanha do Confiança. A minha saída encerra o caso”, diz Replay com ar aparentemente desprendido, mas a mágoa claramente expressa no olhar. Uma revolta contida. É… não deve ser fácil abandonar um trabalho que até então vinha rendendo bem, agora tão perto do final. O QUE MUDOU? Em entrevista ao Correio de Sergipe, na edição do dia 24 de junho, Gil declarou: “90% dos jogadores não estavam satisfeitos com os procedimentos de Jorge Replay. Não temos nada de pessoal contra ele e sim na questão profissional”, afirmou o volante. Dizem que nos momentos de crise, que as arestas aparecem e ferem. Será que foi assim no Confiança? O que aconteceu? Há 4 meses, a visão profissional do capitão do Dragão em relação a Jorge Replay era bem diferente. “O grupo está unido e o ambiente é dos melhores”, disse o volante, acrescentando que os jogadores vêm assimilando tudo que é passado pelo técnico Jorge Replay. “Sem dúvida, ele é um grande comandante”, depoimento de Gil publicado na edição do dia 06 de fevereiro aqui do Correio. O TÉCNICO Jorge Ribeiro dos Santos. O carioca de 43 anos iniciou a carreira de técnico em 1994, no Rio de Janeiro. Replay começou trabalhando com as categorias de base, uma espécie de vestibular para os técnicos de futebol e também para jogadores. É como começar de baixo numa empresa e ir subindo até chegar a um cargo mais expressivo. No caso do futebol, a primeira divisão do profissional. Em 10 anos, foram 14 times no currículo. Entre eles, o São Carlense, de São Paulo, o América, do Rio de Janeiro e o Moto Clube, do Maranhão. A paixão pelo futebol surgiu nos campos como atleta. Jogou nas categorias de base. Replay atuou também no futebol de salão, mas foi como técnico que despontou no cenário esportivo. COMISSÃO TÉCNICA Com Replay, nos cinco meses de trabalho, um companheiro de cinco anos: o preparador físico, Rodrigo Bernardi. A dupla é inseparável em campo e fora dele. Rodrigo acompanhou a decisão do técnico. Ele também deixou o time. “Nós formamos uma equipe. Não é coerente ficar”, explicou Rodrigo. Replay conhece Rodrigo desde pequeno. É amigo da família. A dupla levou para campo o bom relacionamento de anos de amizade. Receita que deu certo. FUTURO Jorge Replay, há mais ou menos um mês, foi sondado por um empresário do Rio de Janeiro sobre a possibilidade de comandar o CRB, de Alagoas. O time disputa a série B do Campeonato Brasileiro. Seria um avanço profissional para o técnico, mas Jorge Replay nem aceitou o convite para uma conversa. O motivo: ética. “Não cheguei a receber a proposta do CRB, mas se tivesse recebido, a minha resposta seria não”, disse o treinador proletário. “Não autorizei o empresário a apresentar meu nome ao CRB como candidato a vaga de treinador, tenho um compromisso com o Confiança, com os jogadores e com a torcida”, declarou Replay ao Correio de Sergipe, na edição de 27 de maio. Agora, Jorge e Rodrigo estão resolvendo as últimas questões com a diretoria do Confiança. “Estamos esperando isso para voltar ao Rio”, informou o técnico. “Ainda não sabemos quando pegamos o caminho de volta para casa”, contou Replay. Os planos para o futuro: “Primeiro de tudo, rever a família. Depois, enquanto relaxo, aguardo propostas”, disse tranqüilo. De volta à Vila da Penha, na Capital Carioca, o Confiança será mais uma passagem na carreira. Possibilidade de voltar a Sergipe? “Claro!! Se for no Confiança, só sem o Gil.”, decretou sério e mais sorridente, acrescentou: “ Aracaju é uma linda cidade boa de viver e tem muitas mulheres lindas!! Só maluco para não querer voltar a trabalhar aqui !!”, terminou Replay se despedindo, acompanhado do inseparável amigo, Rodrigo Bernardi.

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