Moura: “Saída de Teixeira deixa inúmeros problemas”

Moura: críticas a Ricardo Teixeira (Foto: Divulgação)

O deputado federal André Moura (PSC/SE) ocupou nesta terça feira, 20, a tribuna da Câmara dos Deputados para falar da saída de Ricardo Teixeira da Confederação Brasileira de Futebol – CBF.

Segundo o parlamentar, após 23 anos no poder, Ricardo Teixeira deixa um legado comparado ao de uma verdadeira ditadura. Para o parlamentar sergipano, a ditadura imposta por Texeira exerce influência, inclusive, aos presidentes das Federações nos Estados que perpetuaram seus mandatos.

Moura registrou os últimos fatos divulgados na imprensa nacional sobre a renúncia dele do Comitê Executivo da Fifa e à presidência do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL), o que o deixou fora de cargos no futebol.

“Esse cidadão criou um verdadeiro império: mansões, contratos obscuros, entre outras coisas há muito noticiados pela imprensa brasileira e internacional”, comentou André Moura. “A saída de Ricardo Teixeira deixa para o sucessor, que é da mesma linhagem, inúmeros problemas a serem resolvidos, como a organização da Copa das Confederações em 2013 e a Copa de 2014, a busca de uma identidade para a seleção brasileira, restabelecer uma boa comunicação com o Governo Federal, principalmente com a presidenta Dilma Rousseff, conseguir o apoio das federações, tirar herdeiros de Ricardo da CBF e a obrigação de resolver a forma como o dinheiro dos patrocínios dos atuais campeonatos serão distribuídos à CBF e aos clubes”.

Moura citou também que, ao longo de duas décadas à frente da Confederação, Teixeira coleciona desafetos e escândalos. “Na lista de seus problemas, temos o voo da muamba de 1994, o contrato milionário de 1996, que a CBF assinou no valor de 160 milhões de dólares com a empresa de material esportivo Nike, mesmo assim a entidade CBF passou a ter prejuízo, além das vendas de ingresso para a Copa de 2006 e o amistoso Brasil x Portugal, com os superfaturamentos dos gastos dessa partida, entre outros”, contabiliza Moura.

O parlamentar ainda ressaltou que o ex-presidente da CBF foi alvo de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs): segundo lembrou seriam a chamada CPI da Nike, que ocorreu na Câmara dos Deputados, e a CPI do Futebol, realizada no Senado. “Ambas tiveram o auge entre 2000 e 2001, e a segunda gerou relatório com acusações de crimes cometidos pelo dirigente, porém, não foi punido”, comentou o deputado.

André Moura considera que “essas denuncias estão à beira de um evento que leva e eleva o nome do nosso país no cenário mundial”. André observa que “não podemos deixar que fatos como estes sejam apagados ou levados para debaixo do tapete como se nada tivesse ocorrido. A Câmara dos Deputados não pode passar incólume a toda essa bandalheira”.

O deputado sergipano pediu que, independente da pessoa Ricardo Teixeira, o Congresso tem a obrigação de “abrir essa caixa de pandora e investigar, levando os culpados, se existirem, a pagar pelos atos que cometeram”.

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