Paratletas roubam a cena na Copa Brasil de tênis de mesa

Luis Medina: ouro na categoria 6 (fotos: Christian Martinez/ RGB)

A Copa Brasil de Tênis de Mesa não veio a Aracaju só para comprovar que o Brasil está bem representado na modalidade. Realizada no Ginásio Constâncio Vieira até este domingo, 28, a competição é formada ainda por categorias paralímpicas divididas em 11 níveis, o que proporciona alguns dos mais surpreendentes exemplos de força de vontade – e com resultados e títulos – dentro do esporte.

Um dos exemplos mais emblemáticos é o de Luis Henrique Medina. Competidor pela equipe de Jacareí, São Paulo, o atleta nasceu sem os dois braços, sem uma perna e sem a língua – nada que o impedisse, entretanto, de se entregar ao tênis de mesa há 14 anos e iniciar uma trajetória que culminou em uma medalha de ouro na categoria 6 neste fim de semana.

Conhecido e admirado entre os mesatenistas, Medina não vacila em enumerar o que o esporte mudou em sua vida. “Melhorou meu raciocínio, ampliou minha agilidade mental e aumentou minha capacidade sexual”, brinca. O mesatenista tambem deixou seu recado a quem não se esforça mesmo com muito mais recursos que ele. “A vida é uma só e temos que aproveitá-la ao máximo, pois podemos não ter uma segunda chance. Nada cai do céu. A não ser chuva, é claro”.

Ângelo Alves: único sergipano entre os paratletas

Outro paratleta vencedor é o cearense David Freitas. Bicampeão da classe 3 da Copa Brasil neste sábado, o cadeirante chegou ao tênis de mesa por acaso. “Estava disputando um torneio de xadrez quando me convidaram para jogar uma partida. E então descobri que levava jeito. De lá pra cá já são quatro anos e vários títulos”.

E a lista de conquistas não é para qualquer um: vice-campeão brasileiro, o atleta é o 23º no ranking mundial, o 2º brasileiro em sua categoria e se orgulha de ter vencido uma medalha de ouro em 2013 em uma disputa de ranking com um atleta sem deficiência.  “Foi um momento histórico”, conta.

Focado no próximo campeonato brasileiro por equipes e em um torneio na Costa Rica, David mostra que a paixão pelo tênis de mesa não tem limites. “Tudo o que conseguimos aqui, das passagens até a bolinha que jogamos, é com recursos próprios. Somos verdadeiros heróis. Mas paixão é isso”.

Da escola para a Copa
Sergipe não fica pra trás no tênis de mesa paralímpico. Único representante do estado em sua categoria, Ângelo Alves conseguiu nada menos que uma medalha de prata só ao tentar retomar um antigo vício de infância. “Foi a primeira competição de tênis de mesa de que fiz parte na vida. Tanto que vim pra cá com a raquete do meu filho. Antes só jogava na escola”.

Também integrante da seleção sergipana de vôlei sentado, Ângelo revela que o tênis de mesa foi seu primeiro esporte. “Eu jogava contra adversários que ficavam em pé, e usava até apagador de quadro como raquete”, conta. Empolgado, o sergipano promete levar a mais a sério o esporte a partir da Copa Brasil. “Quero fazer o circuito nacional”, disse.

Por Igor Matheus

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