A sessão remota da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) foi encerrada às pressas após uma troca de acusações e discussão aflorada entre o atual presidente da casa, Nitinho Vitale (PSD), e o ex-presidente, o vereador Vinícius Porto (DEM). A discussão começou quando Nitinho apresentou requerimento de urgência para votar os subsídios do prefeito, vice, secretários municipais e vereadores, respectivo ao quadriênio 2021-2024 – cuja proposta é manter os salários nos mesmos patamares aos atuais.
Em discussão ao requerimento, a maioria dos vereadores se manifestou contrária a votação da propositura, com a justificativa de que o texto poderia levar a população a entender equivocadamente que os vereadores estão discutindo um aumento salarial. A sugestão de alguns parlamentares foi de o requerimento não precisa ser votado, com o entendimento de que se não houver votação, da mesma forma os salários permanecerão os mesmos. A discussão caminhava para um acordo para a retirada do requerimento de pauta para análise jurídica e, posteriormente, voltaria ser discutido. Foi quando o vereador Vinícius Porto fez uma participação na discussão e deu início ao bate-boca.
“Essa matéria não precisa tramitar. É uma avaliação que eu faço. Agora não pega bem a presidência encaminhar um projeto e depois retirar, porque vossa excelência tem uma estrutura muito preparada. Precisa conversar com essa equipe para que não venha a ser discutida essa matéria. Se não era pra tramitar, que não viesse para cá. Se fosse para tramitar, que continuasse em votação”, analisou Vinicius, em fala direcionada a Nitinho.
A fala foi imediatamente rebatida por Nitinho, que pediu respeito e fez insinuações e acusações ao vereador e ex-presidente da CMA. “Venho recebendo críticas de Vinícius e posso provar, desde a época em que suspendi o pagamento de verbas indenizatórias no início da pandemia. Ele (Vinicius) queria continuar recebendo as verbas irregularmente”, acusou Nitinho, em referência a medida que adotou em março deste ano. Em outro momento, Nitinho fez críticas a gestão de Vinícius à frente da CMA. “Hoje esta casa tem 576 servidores comissionados, vereador. Na sua época, esse número era duplicado. Hoje os projetos aqui nesta Casa são discutidos, tem debate. Hoje estamos fazendo uma obra completa de estrutura de telhado, e não ‘armengue’ como na sua época, vereador”, disse Nitinho.
Outros vereadores tentaram acalmar a situação, que voltou a ter uma discussão mais aflorada e culminou com o encerramento da sessão. No trecho final, o vereador Vinícius Porto,afirmou que se sentiu ameaçado.
O que dizem as partes
Nossa reportagem fez contato por telefone com o vereador Vinicius Porto após a sessão, que lamentou a postura do presidente. “Infelizmente foi uma falta de equilíbrio muito grande. Hoje vou ter uma reunião com minha assessoria jurídica para ver o que pode ser feito”, explicou. Sobre a falas de Nitinho, Vinicius esclareceu sua posição de crítica na época do corte das verbas indenizatórias. “O que eu não concordei na época era cortar verbas que eram utilizadas para pagamento de advogados, jornalistas, equipe de comunicação, cujo nós temos contratos de 12 meses. Minha sugestão era que os carros alugados fossem devolvidos e assim teríamos uma economia importante com aluguel e combustível, sem precisar demitir os profissionais”, justificou.
Por Ícaro Novaes
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