A Polícia Federal segue investigando a suposta candidatura laranja do MDB Mulher, cuja candidata recebeu cerca de R$ 485 mil para investimento na campanha eleitoral para o cargo de deputado estadual, mas obteve apenas 185 votos. Na manhã desta segunda-feira, 2, os três deputados estaduais eleitos em 2018 pela sigla prestaram depoimento na Polícia Federal. Além de candidatura do MDB, há investigações relacionadas aos recursos destinados pelo PSDB e PSB para as cotas de gênero nas eleições de 2018, medidas solicitadas pelo Ministério Público Federal.
Intimados a prestar depoimento, compareceram à sede da PF nesta segunda-feira, os deputados estaduais Luciano Bispo, presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, Garibalde Mendonça e Zezinho Guimarães. Eles foram ouvidos pela autoridade policial, mas as investigações seguem em sigilo. Os parlamentares revelaram que sequer conheciam a candidata contemplada com os recursos do MDB Mulher e que não tiveram qualquer interferência naquela ala emedebista.
O deputado Garibalde Mendonça informou, após prestar depoimento, que os três parlamentares apenas cumpriram um ritual normal em uma investigação policial. “Eles só queriam saber se a gente tinha conhecimento”, diz Garibalde Mendonça. “Foi uma coisa muito rápida, quase cinco minutos de depoimento. A gente não tem conhecimento de nada, nem conhece a candidata”, enalteceu Garibalde.
O deputado Zezinho Guimarães também se manifestou com este mesmo entendimento. “Todos os fatos dizem respeito ao MDB Mulher e a gente nada conhece. Não participamos de nada”, enalteceu Zezinho Guimarães. Já o deputado Luciano Bispo se manifestou através da assessoria de imprensa, informando, da mesma forma, que o parlamentar desconhece a movimentação financeira do partido para as cotas de gênero. A assessoria informa que o deputado disse aos agentes federais que “não participou e nem tem qualquer conhecimento” sobre os procedimentos do MDB relativos à destinação e uso das verbas para as candidaturas femininas.
Investigações
As investigações sobre suposta candidatura laranja no partido foram solicitadas pela procuradora regional eleitoral Eunice Dantas, representante do Ministério Público Federal. De acordo com os primeiros levantamentos do Ministério Público Federal, dos R$ 485 mil destinados para a candidata em questão, mais de R$ 418,5 mil foram usados em marketing da campanha. As ações de campanha, na ótica da procuradora regional eleitoral, não são compatíveis com o grande investimento monetário feito pela então candidata no período da campanha eleitoral.
A procuradora regional eleitoral Eunice Dantas chegou a classificar como uma “campanha amadora” daquela candidata. Foi identificado também pagamento em valor superior a R$ 6,5 mil a uma empresa de comunicação visual que está inapta no mercado.
Além do MDB, a procuradora regional eleitoral também pediu que a Polícia Federal investigasse suspeitas de candidaturas laranjas [pelas cotas de gênero] promovidas pelo PSDB e pelo PSB, todas referentes às eleições de 2018.
As investigações ainda não foram concluídas e a Polícia Federal não fornece maiores informações.
por Cassia Santana
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