Comitê da Verdade é lançado em Sergipe

Lançamento aconteceu no auditório do Legislativo (Fotos: Portal Infonet)

Na noite desta quinta-feira, 15, foi lançado no auditório do Legislativo o Comitê de Verdade. Com o objetivo de acompanhar as atividades da Comissão Nacional da Verdade e de colaborar com a averiguação dos casos de tortura que aconteceram em Sergipe durante o regime militar, o Comitê vai investigar as violações dos direitos humanos praticadas durante aquele período.

A reunião integrou militantes perseguidos na época do regime, o Coordenador do Projeto ‘Direito à Memória e à Verdade’ (SDH I Presidência da República), Gilney Viana, o secretário de Estado dos Direitos Humanos, Luiz Eduardo Oliva, além de membros da sociedade civil. Na ocasião, foram realizadas palestras, debates e exibições de vídeos.

De acordo com Gilney Viana, apesar de o Comitê ser lançado nesta noite, anteriormente já foram realizadas comissões com o intuito de fazer alguns levantamentos. “Já possuímos um acervo muito grande de informações e arquivos com dados sobre perseguições políticas. Ou seja, a comissão não começou do zero”, informou.

Coordenador do Projeto ‘Direito à Memória e à Verdade’ (SDH I Presidência da República), Gilney Viana

Com relação à implantação do Comitê, Gilney disse que este vai seguir duas etapas. Na primeira, deverá ser feito um relatório geral, com conteúdos que relacionem a época desde a prisão de Seixas Dória, até o ano de 1988. Já na segunda, ocorrerá uma investigação envolvendo todos os crimes de tortura. “Não podemos conviver com sequelas da ditadura e nem com uma dor que não tem fim, por isso vamos trazer toda história à tona”, enfatizou.

Luiz Eduardo Oliva também ressaltou a importância do processo de investigação que será implantado em Sergipe. “Devemos revelar as violações que foram praticadas no período ditatorial para que isso não ocorra novamente. Ainda existem inúmeras famílias com parentes desaparecidos, e esse Comitê servirá para promover um recomeço e proporcionar que a nação acabe com esses fantasmas”, destacou.

Vítimas da ditadura

Wellington Mangueira foi uma das vítimas do período ditatorial

O advogado Wellington Mangueira foi militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e sofreu durante a ditadura. Ele aproveitou a ocasião para contar um pouco do que sofreu durante o período de tirania. “Fui torturado, preso por diversas vezes e minha esposa sofreu ameaças. Tentavam arrancar informações minhas, mas preferia enlouquecer a fornecê-las”, relembrou.

O então sindicalista Milton Coelho, também do PCB, que ficou cego em consequência das torturas que sofreu, disse que essa foi uma fase da história que precisa ser esclarecida. O ativista, que também teve que suportar o regime, expressou as dores que carregou. “Fui sequestrado, preso e torturado. Em 76, fiquei mutilado e até hoje carrego as marcas das algemas. Além disso tudo, ainda fiquei com deficiência visual”, recordou o ex-militante.

Por Monique Garcez e Cássia Santana

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