Ex-deputado é indiciado por cargos fantasmas na Alese

Valmir Monteiro é atualmente prefeito de Lagarto (Fotos: arquivo Portal Infonet)

O ex-deputado estadual e atual prefeito do município de Lagarto, Valmir Monteiro (PSC), e outras dez pessoas ligadas a ele, foram indiciados pelos crimes de peculato e enriquecimento ilícito, em investigação do Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), da Polícia Civil. As investigações apontaram que, no ano de 2015, o então parlamentar nomeou cerca de dez pessoas em seu gabinete na Assembleia Legislativa de Sergipe que, efetivamente, nunca exerceram a função para qual foram designados naquela Casa. Em 2016 ele deixou o Legislativo para assumir a prefeitura de Lagarto.

De acordo com a delegada Thais Lemos, um dos comissionados do deputado na época, identificado como José Correia de Carvalho, tentou solicitar aposentadoria rural, mas teve o benefício negado justamente por estar ligado à Assembleia Legislativa. “A Justiça Federal analisou a documentação e encaminhou para a Polícia. Nós pedimos a lista de comissionados a Alese, intimamos essas pessoas e algumas delas afirmaram que nunca desempenharam as funções na Alese e outras falaram que exerciam a função, mas não souberam sequer afirmar qual o gabinete do secretário”, explicou a delegada.

Delegada levou seis meses em investigação 

A coordenadora da investigação frisou ainda que, nas diligências, ficou comprovado que as pessoas nomeadas não tinham competência técnica para exercer as funções para quais foram designadas. “Algumas tinham função de agricultor e estavam nomeadas no gabinete”, afirmou. Outros indícios do crime, segundo a delegada, é que parte dessas pessoas estavam trabalhando em uma maternidade no município de Lagarto, de propriedade da família do ex-deputado. Em outros casos, os cargos se configuraram em troca de benefícios políticos. “Pessoas que trabalharam como cabos eleitorais na campanha estavam nomeadas. Essa é uma forma de cativar o público eleitorado da sua cidade”, disse.

O ex-deputado vai responder pelo crime de peculato, e as outras dez pessoas beneficiadas com os cargos por enriquecimento ilícito. O processo agora será arremetido ao Ministério Público do Estado (MPE).

Nossa reportagem tentou contato por diversas vezes com o próprio ex-deputado, Valmir Monteiro, e o seu advogado, Fabiano Feitoza, mas ambos não atenderam nossas ligações. O Portal Infonet fica a disposição dos dois para qualquer tipo de pronunciamento a respeito das conclusões da Polícia Civil, por meio do telefone (79) 2106-8000 ou e-mail jornalismo@infonet.com.br.

Por Ícaro Novaes

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