Os jornalistas lotaram as galerias da Assembléia Legislativa (AL) na tarde desta segunda-feira, 22. Desta vez não para produzir reportagens, mas para protestar contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que extinguiu a obrigatoriedade do diploma. A categoria compareceu à AL vestida de preto, como forma de demonstrar insatisfação com a medida. Em discurso uníssono, os deputados manifestaram apoio aos jornalistas e ressaltaram a importância da qualificação como pré-requisito para o exercício da profissão. Jornalistas na luta pelo diploma
“Os jornalistas podem contar com o apoio dos parlamentares para que este quadro seja revertido”, disse o deputado Garibalde Mendonça, que encabeçou as discussões na tarde desta segunda-feira. “Os reflexos da decisão do STF serão negativos ao bom jornalismo e aos estudantes que ainda estão nas faculdades de comunicação investindo para conquistar o nível superior”, ressaltou ele.
O deputado Francisco Gualberto, que desde a semana passada também já havia se manifestado sobre o assunto, reiterou que “é unânime o descontentamento com a decisão e por isso, ela deve ser revertida”. O parlamentar Arnaldo Bispo afirmou que “a decisão vai na contramão dos avanços das classes trabalhistas”. Garibalde Mendonça
“A luta continua”
O presidente do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe (Sindijor/SE), George Washington, explicou que é preciso ter cautela na discussão do assunto antes que se tome qualquer medida em relação à decisão do STF. “Estamos aguardando a publicação do acórdão para só depois entender todos os argumentos que levaram os ministros a votar pela derrubada do diploma”, afirmou George, ao lembrar que o a instituição da obrigatoriedade do diploma existe há 40 anos.
Ele ainda cobrou da categoria e dos parlamentares um posicionamento anterior a decisão. “O sindicato já vinha alertando sobre a possibilidade do STF tomar esta medida, mas ninguém se movimentou para protestar contra isso, mas a luta continua e esperamos contar com a união da categoria para que isto seja revertido”, argumentou o presidente. George Washington
“A profissão não deixa de existir”
“A decisão do STF não anula a profissão, não desregulamenta as definições trabalhistas, pois estão definidas na CLT e nas convenções coletivas”, acalmou George sobre o temor dos profissionais sobre a possibilidade de extinção da profissão. “A profissão de jornalista continua existindo, o que muda é a forma de ingresso no mercado”, explicou.
A professora do curso de Jornalismo da Universidade Tiradentes, Polyana Bittencourt, defendeu a mesma posição do presidente do Sindijor/SE. Para ela, “a qualidade dos jornalistas formados pelas universidades sempre será levada em conta”. Polyana Bittencourt
Infonet pára por uma hora
Os repórteres do Portal Infonet também acompanharam a sessão. Por uma hora, a página não foi atualizada como forma de protesto pela decisão. De acordo com a editora de conteúdo do portal, Raquel Almeida, “temos que acreditar que ainda podemos reverter esta situação ou pelo menos regulamentar novamente a profissão”.
Por Valter Lima
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