De acordo com o procurador Bruno Calabrich, que assina a ação, a Controladoria-Geral da União (CGU) apontou a existência de direcionamento e fracionamento indevido de licitações com a utilização de verbas dos programas federais, entre os anos de 2003 e 2004, período em que Bispo também foi prefeito da cidade. Teriam participado ainda dos atos de improbidade os ex-presidentes da Comissão de Licitações do município, Juarez Ferreira de Góis e Roberto Bispo de Lima. As investigações apontam que oito empresários itabaianenses de uma mesma família, que também são réus na ação, foram beneficiados com tais atos de improbidade. São eles: José Veríssimo Peixoto, Genilde Carvalho Peixoto, Daniel Nunes Peixoto, Genailde Batista Peixoto, Wesley Batista Peixoto, Josias Nunes Peixoto, Manoel Messias Peixoto, Gicélia Batista Peixoto. Licitações As investigações apontam ainda que houve direcionamento nas licitações, uma vez que apenas quatro empresas, todas pertencentes à família Peixoto, foram convidadas a participar dos processos licitatórios. “As convocações para participar de cada processo licitatório eram feitas através da modalidade convite e sempre se dirigiam às mesmas firmas, apesar de haver, no município de Itabaiana, diversas outras empresas fornecedoras de gêneros alimentícios”, destaca o procurador Bruno Calabrich. Uma conduta muito parecida com esta, utilizando verbas do Programa de Educação de Jovens e Adultos (Proeja) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), é alvo de outra ação de improbidade, que foi protocolada pelo MPF/SE em dezembro de 2008. Naquele caso também houve o fracionamento indevido e o direcionamento das licitações, favorecendo os mesmos empresários. Transferências “A despeito do convênio firmado, foram emitidos cheques nominais à própria prefeitura, bem como realizadas transferências dos recursos e depósitos efetuados sem vinculação ao citado convênio”, explica o procurador. A CGU informou ainda que Luciano Bispo omitiu algumas transferências irregulares de modo a inviabilizar a inspeção do órgão.
O prefeito de Itabaiana, Luciano Bispo, juntamente com outros agentes públicos municipais e empresários, são alvos de uma nova ação de improbidade movida pelo Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE). A ação, encaminhada nesta segunda-feira, 27 de julho, à Justiça Federal em Itabaiana, refere-se a irregularidades na aplicação de recursos federais destinados ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e ao Programa de Atenção à Criança em Creche (PAC). Além de mover esta nova ação civil, o MPF/SE encaminhou cópia de todos os documentos à Procuradoria Regional da República da 5ª Região (PRR-5), em Recife, que tem a competência para processar criminalmente prefeitos em exercício de mandato. Prefeito Luciano Bispo / Foto: Arquivo Portal Infonet
Um total de R$ 321.330 foi repassado ao município de Itabaiana para a execução do Peti e outros R$ 257.801,94, para execução do PAC. Nas licitações para aquisição de material de limpeza e gêneros alimentícios, referentes a esses convênios, foram investidos quase 280 mil reais. O relatório da CGU aponta que a aquisição desses bens foi indevidamente fracionada para burlar a legislação.
Foram ainda identificadas transferências bancárias indevidas das contas específicas do Peti geridas pela administração municipal. Um total de R$ 23.700,00 foi transferido para outras contas bancárias pertencentes à Prefeitura de Itabaiana, o que impossibilitou a CGU de identificar a destinação de tais verbas.
Fonte: MPF/SE
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