O nome ainda segue mantido em sigilo pelo Ministério Público de Sergipe, mas o empresário preso na manhã desta quinta-feira, 20, no bairro 13 de Julho, em desdobramento da Operação Cítrus, é apontado pelo Gaeco como “chefe maior” de uma suposta organização criminosa que estaria lesando os cofres do município de Laranjeiras em operações de compra de medicamentos.
“Ele é proprietário de uma empresa e já observamos outras três empresas ligadas a ele, mas em nome de laranjas”, explica o promotor de justiça, Bruno Melo.
A outra pessoa presa é uma funcionária ligada ao empresário. De acordo com o Gaeco, ambos estavam atuando na tentativa de obstruir a investigação, desde a primeira etapa da Operação Cítrus, em 19 de dezembro de 2019. “Eles queimaram documentos, trocaram de celular por diversas vezes, tudo isso com intuito de atrapalhar o trabalho investigativo”, disse. Questionado se a investigação estava comprometida, Bruno foi enfático. “Em partes, sim. Até porque não teremos mais acesso a esses documentos destruídos, mas temos muitos outros elementos e que nos permitem ter uma investigação rica”, pontua.
A intenção do Ministério Público Estadual era prender pelo menos sete pessoas nessa fase da investigação, todas por obstrução de justiça, mas a informação do promotor do Gaeco é que a Justiça autorizou apenas duas prisões preventivas. “Tinhamos evidências de que outras pessoas estavam impedindo o trabalho investigativo, mas a desembargadora entendeu que a maioria era funcionários cumprindo ordens. Nesses casos, nós só cumprimos os mandados de busca e apreensão”, complementa.
O Ministério Público Estadual tem 10 dias para oferecer denúncia de obstrução de justiça referentes as prisões desta quinta-feira.
Operação Cítrus
De acordo com Bruno Melo, a investigação busca reunir elementos e comprovar o desvio de recursos envolvendo municípios sergipanos, neste momento, com o foco em Laranjeiras. “As empresas de medicamentos emitiam notas para pagamento de faturas, sem a entrega efetiva de remédios, e até a venda de produtos que elas não compravam. Tivemos um levantamento da Secretaria da Fazenda apontando isso. Você não pode vender um produtos que não comprou” detalha.
por Ícaro Novaes
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