A Polícia Militar de Sergipe ainda não se manifestou sobre as supostas ‘regalias’ flagradas pelo Ministério Público Estadual no Presídio Militar de Sergipe (Presmil), onde o prefeito de Lagarto, Valmir Monteiro, foi encontrado jogando cartas. O major Fábio Machado, chefe da PM5 [setor responsável pela comunicação social da corporação], informou que o Comando Geral da Polícia Militar de Sergipe só se manifestará a respeito desta questão quando receber notificação oficial do Ministério Público Estadual.
Na segunda-feira, 11, a promotora de justiça Rosane Gonçalves inspecionou o presídio e flagrou o prefeito de Lagarto, Valmir Monteiro, jogando cartas de baralho com um outro detento. Eles estavam na biblioteca do Presmil e as portas estavam fechadas, segundo relatos da promotora. O prefeito está preso desde o dia 22 de fevereiro, acusado de participar de suposto esquema para desviar recursos públicos a partir de cobrança de taxas para utilização do matadouro da cidade.
Irregularidades
Além de participar da jogatina, o prefeito não utilizava os uniformes obrigatórios, fornecido pelo Governo do Estado aos detentos, e portava R$ 100. Situações que não são permitidas a detentos, conforme alerta feita pela própria promotora de justiça, ao relatar que teria encontrado o prefeito dentro da biblioteca, de portas fechadas, jogando cartas com um outro detento.
O advogado Evânio Moura, que atua na defesa do prefeito Valmir Monteiro, emitiu nota, observando que o Ministério Público expôs o cliente “ao escárnio e a tratamento degradante, desrespeitando a garantia constitucional da dignidade da pessoa humana”. A nota foi encaminhada ao Portal Infonet na manhã desta terça-feira, 12.
No final do julgamento do recurso que devolveu o mandato do prefeito Valmir de Francisquinho, em Itabaiana, ocorrido na manhã desta terça-feira, 12, na Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, o advogado conversou com a imprensa. No primeiro momento, ele evitou falar sobre a situação deste outro Valmir, prefeito de Lagarto. Mas acabou cedendo para criticar, de forma generalizada, os mandados de prisão, que atingem lideranças políticas em Sergipe. “A prisão que deveria ser exceção tem passado a ser a regra. A defesa está se levantando contra isso. Medidas de exceção só devem ser usadas excepcionalmente”, declarou.
O advogado está utilizando o mesmo argumento que utilizou para assegurar o retorno de Valmir de Francisquinho à Prefeitura de Itabaiana para conquistar a liberdade em favor de Valmir Monteiro, de Lagarto. O recurso ainda não foi julgado pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Sergipe.
por Cassia Santana
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