Professores lamentam aprovação de projetos que avaliam a educação

Professores acompanharam a votação em plenário e na Sala das Comissões (Foto: Portal Infonet)

Professores da rede estadual de ensino, da capital e interior fizeram uma vigília na manhã desta quarta-feira, 30, em frente a Assembleia Legislativa de Sergipe para protestar contra a votação, em caráter de urgência, de dois projetos que tramitou e foi aprovado hoje na Casa: um que cria um sistema de avaliação da educação básica (PL 208/2019) e outro que institui o programa Alfabetizar pra Valer (PL 212/2019). Os professores entendem que os projetos privatizam a educação pública e é arbitrário.

“O projeto entrou em votação em regime de urgência sem ter urgência nenhuma, porque um sistema de avaliação precisa ser debatido, conversado, discutido, o que não aconteceu. Hoje nós viemos acompanhar a votação e pedir que os deputados votassem pelo povo e não pelo Governador”, afirma professora Ivonete Cruz, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese).

A categoria entende que da forma como foram apresentados os projetos, a educação pública será privatizada, os professores serão obrigados a se adequar a um sistema que sequer conhecem, e mesmo sem estrutura nas escolas, serão punidos.

Professora Ivonete Cruz, presidente do Sintese, diz que já existe um diagnóstico da educação e muitos problemas devem ser sanados (Foto: Portal Infonet)

“Somos a favor da avaliação, mas não da forma que está sendo feita. Não é clara, não diz o objetivo. O diagnóstico já foi dado, é um conjunto de problemas postos nas escolas, falta de estrutura, alimentação, falta de profissionais, desvalorização do professor, enfim, já há um diagnóstico, e o Governo antes de começar a avaliar o que já está diagnosticado, precisa sanar os problemas que já estão postos. Na nossa concepção esse projeto é para legalizar a intervenção das empresas privadas na educação pública. Educação pública é para ser discutido por entes públicos e não privados”, aponta Ivonete.

A diretora do departamento de educação da A Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura do Governo do Estado do Sergipe (SEDUC- SE) , Seduc, Ana Lúcia Lima, afirma que o projeto é necessários para fazer uma avaliação no ensino público no Estado, assim como acontece na maioria dos estados brasileiros, para que possa ser adotado as soluções necessárias para melhorar a educação pública em Sergipe.

Ana Lúcia Lima, diretora da Seduc, nega que professores serão punidos (Foto: Portal Infonet)

“Precisa sim saber através de uma avaliação anual dos sistemas de ensino. Uma avaliação para todo território de Sergipe, tanto da rede estadual quanto das redes municipais, é muito importante para saber como está a pró-eficiência dos nossos alunos e a gente poder também acompanhar o fluxo escolar, e buscar medidas para reverter os resultados”, diz

A diretora nega que no corpo do projeto tenha algum item que traga punições para os professores. “De forma alguma se tem essa pretensão de punição ou nos artigos da lei tem algo que leve a essa interpretação. É uma interpretação equivocada, o que querermos ter é um diagnóstico preciso e a tempo de adotar as nossas intervenções pedagógicas para que a agente reverta os resultados em relação a Sergipe”, garante Ana Lúcia.

O líder do Governo, Zezinho Sobral ( Podemos) diz que houve reunião entre o Governo e o Sintese, e que a categoria não apresentou pontos de alteração nos projetos, mas que o Governo está aberto a discussões. “O Governo não tem se negado a conversar com os professores em momento algum, houve uma reunião entre o Governo e o sindicato, eu estava presente, foram três horas e o Sintese podia ter sido discutido os pontos do projeto, mas isso não foi feito. Houve reunião também com o secretário de educação.O Governo tem uma política a implementar, tem um perfil de entrada a ser feito, estamos tratando única e exclusivamente de uma avaliação do ensino público que é necessário”, ressalta.

Tumulto

Os professores reclamam também que foram impedidos de ocupar as galerias da Alese para acompanhar a sessão, o que gerou um tumulto. Mas, logo em seguida, com a interseção do deputado Iran Barbosa (PT), todos puderam entrar e assistir a sessão da Casa Legislativa.

“Fomos surpreendidos com essa ação truculenta em não poder entrar na Alese. Nós repudiamos essa ação, barrar os professores é truculento e desrespeitoso”, lamenta Ivonete Cruz.

Por Karla Pinheiro

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