O senador Alessandro Vieira (Cidadania/SE) reconhece a necessidade de uma reforma na Previdência Social, mas avalia que a proposta apresentada pelo Governo Federal se destaca por “problemas sérios” e classifica como crueldade a proposta para os professores. Para o senador eleito por Sergipe, o sistema previdenciário não se sustenta financeiramente e destacou que o projeto que tramita no Congresso Nacional não apresenta cálculo prévio e observa outras falhas. “Os números não são claros. Nós tivemos a informação que um dos pontos mais polêmicos, que é o sistema de capitalização, não tem cálculo prévio, ou seja, eles não sabem qual é o custo, qual é a demanda, qual vai ser a economia. Nós não podemos transformar a reforma da previdência em um pacote de boas intenções e jogar ao Deus dará, tentando apenas motivar o mercado”, pontuou Alessandro.

O senador informou que montou uma equipe técnica, em parceria com o Movimento Acredito e os deputados federais Tábata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES), para estudar a proposta de forma aprofundada e construir emendas para tentar corrigir, já na Câmara dos Deputados, vários problemas, como a questão da aposentadoria rural, do benefício de prestação continuada e a questão dos professores.

“A reforma da previdência precisa ser conversada, negociada, bem comunicada para o cidadão, e principalmente, o governo tem que responder qual é o tamanho exato da necessidade. Eu não posso trabalhar com números mágicos porque eu quero motivar investidores estrangeiros”, enfatizou Alessandro.

O lado positivo da reforma, segundo o senador, é a expectativa da equipe econômica de criar no brasileiro alguns hábitos financeiros saudáveis, a exemplo da poupança. “Isso é bom, mas tem que ser comunicado de forma transparente. Não posso imaginar que preciso fazer um mega corte na previdência e não apresentar números que justifiquem isso. Acredito que será possível construir uma proposta bem menor do que essa que o governo apresentou, mas que vai atender à necessidade. Mas é bom esclarecer, reformar a previdência não vai criar emprego nem reduzir desigualdade, vai apenas criar um ambiente econômico mais fácil e corrigir as contas públicas, o que é importante. Mas a gente tem que cuidar também de educação, da redução de desigualdade e das políticas públicas para o Nordeste”, destacou.

Cruel

O senador Alessandro Vieira avaliou que a proposta de Reforma da Previdência para os professores foi cruel. “Não teve nenhum tipo de regra de transição, nenhum tipo de ajuste, nada, foi só a mudança ultra rigorosa, isso é inviável”, pontuou. O parlamentar afirmou que vai defender uma regra de transição para os professores, que seja mais confortável e adaptada à realidade da categoria. “A educação só funciona com a valorização do professor. Por isso estamos trabalhando em uma PEC para criação da carreira federal do magistério, que vai determinar parâmetros básicos para melhor qualificação, formação continuada e valorização salarial da carreira do professor. Só assim vamos resgatar a Educação”, acrescentou. Alessandro.

Fonte: Assessoria Parlamentar