Manchas na pele com alteração da sensibilidade, caroços, orelha inchada, dor no cotovelo e dormência nos pés e mãos são alguns dos sintomas da hanseníase. A doença, que é contraída por meio da respiração, afetou cerca de 300 sergipanos em 2018, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional Sergipe (SBD-SE), entretanto, grande parte da população não conhece a enfermidade.
A dermatologista do Hospital Universitário (HU) e presidente da SBD-SE, Martha Débora Lira, alerta que a hanseníase é um problema de saúde pública no Brasil. “Precisamos falar mais sobre a doença para facilitar os diagnósticos. Estamos perdendo essa batalha contra a doença e os pacientes podem ficar com sequelas”, lamentou. As sequelas podem ser queda dos cílios, rugas acentuadas, modificações nas orelhas, lesões nos pés, entre outros.
Segundo Martha Débora, outro dado que chama a atenção é a prevalência da doença, em Sergipe. “Aqui no estado, o índice de prevalência é de 1,3 pacientes para cada 10 mil habitantes, sendo que a recomendação é de até 1 caso”, analisou.
Pensando nisso, médicos do HU, em parceria com a SBD-SE e o Ministério da Saúde, promoveram, neste sábado, 2 de fevereiro, uma campanha em alusão ao Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, celebrado em 28 de janeiro, com palestras e triagem aberta ao público. “Falamos de maneira simples para que os pacientes entendam a hanseníase e possam divulgar. Através da suspeita da doença, a população pode procurar um posto de saúde, fazer o diagnóstico e tratamento adequado”, disse a médica.
A descoberta da doença pode ser feita através de atendimento clínico, no momento da consulta. Já o tratamento ocorre através de antibióticos e dura entre seis meses e um ano. “São antibióticos fortes, ofertados gratuitamente.
Transmissão
Apesar de ser transmitida através do contato com gotículas de saliva ou secreção do nariz da pessoa infectada, o contágio se dá com convivência próxima e a longo prazo. “Por isso, quando detectamos a doença em um paciente, examinamos pessoas que convivem e conviveram com ele nos últimos cinco anos”, explicou a dermatologista.
por Jéssica França
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