Câncer de pênis: cuidados para evitar a doença

O maior índice da doença está na região norte e nordeste

Dados apontam o Norte e o Nordeste como as regiões brasileiras com maior número de homens acometidos por câncer de pênis. Os estados com maior ocorrência são Maranhão, Bahia, Piauí e Pernambuco. O câncer de pênis está ligado a fatores como a falta de higiene, tabagismo, fimose e HPV, sendo este último responsável por lesões escondidas que acometem, em média, 75% da população brasileira.

Segundo o médico urologista Fábio Quintiliano, a principal recomendação para evitar a doença é a manutenção de hábitos de higiene, que devem ser iniciados ainda na infância.

“Para evitar o câncer de pênis é necessário limpar diariamente a genitália externa com água e sabão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação. É preciso também evitar o fumo e caso o paciente apresente fimose, estando por isso impossibilitado de realizar uma boa higiene, é mandatória a realização da cirurgia chamada de postectomia. A utilização de camisinha também funciona como fator de prevenção nesse caso, pois a prática sexual com mais de três parceiras diferentes, em um ano, aumenta a chance de desenvolver essa doença”, alertou o especialista.

Sinais

A presença de uma ferida, úlcera persistente ou uma tumoração localizada na glande (cabeça do pênis), prepúcio (pele que cobre a cabeça do pênis) ou corpo do pênis, associada ou não a uma secreção branca (esmegma) significa que o paciente precisa, com certa urgência, de uma consulta com um urologista.

Fábio Quintiliano recomenda aos homens que realizem auto-exames durante a higiene íntima e que fiquem atentos a alguns sinais, entre eles a perda de pigmentação ou manchas esbranquiçadas, feridas e caroços no pênis que não desapareceram após tratamento médico e que apresentem secreções e mau cheiro, tumoração no pênis e/ou na virilha, inflamações de longo período com vermelhidão e coceira, principalmente nos portadores de fimose.

O que fazer?

O paciente que apresenta qualquer lesão no pênis deve procurar, em caráter de urgência, o auxílio médico. Na rede privada, o ideal é que o paciente já procure assistência de um urologista, porém é possível ser avaliado primeiramente por um clínico geral. Na rede pública, é possível recorrer à Rede de Atenção Básica para uma avaliação inicial com um médico. Caso seja necessária uma consulta com um urologista, será feito o devido encaminhamento.

Uma ferida, úlcera ou tumoração que não responde a tratamentos conservadores, em geral, feitos com pomadas, necessita ser biopsiada, ou seja, deve ser feita a retirada de um fragmento para análise, a fim de que se obtenha o diagnóstico final.

“Após a biópsia, caso seja confirmado o câncer de pênis, a retirada da lesão é o tratamento inicial. A cirurgia dependerá da extensão do tumor. Se comprometer mais ou menos a metade do pênis será realizada uma amputação parcial. No entanto, se o comprometimento for de toda a haste peniana, será realizada uma amputação total. Este procedimento é realizado no hospital, sob anestesia, e com a possibilidade de o paciente receber alta no mesmo dia da cirurgia. Como essa abordagem traz conseqüências físicas, sexuais e psicológicas ao homem, é muito interessante um acompanhamento psicológico para tentar evitar problemas pessoais e familiares, além de tentar otimizar a auto estima do paciente”, explicou ainda o urologista.

Os cuidados a serem mantidos pelos que passam por esse tipo de procedimento implicam na realização de acompanhamento clínico, a fim de observar o jato de urina e exames de imagem, como tomografia. Também requer exame físico, que é feito palpando a região inguinal, em busca de possíveis metástases, que é a doença em estágio avançado.

Fonte e Foto: SES