O Consórcio Nordeste anunciou nesta quinta-feira, 5, que suspendeu a compra da vacina Sputik-V para o Brasil. O imunizante produzido pelo Instituto Gamaleya seria utilizado no combate à proliferação da covid-19. Os nove estados do Nordeste, inclusive, Sergipe, assinaram termo de compromisso para aquisição dos imunizantes russos.
A informação foi divulgada pelo presidente do Consórcio Nordeste, o governador do Piauí, Wellington Dias. Em um vídeo anunciado nas redes sociais, o gestor classificou a situação como lamentável e disse que três fatores contribuíram para a suspensão da aquisição dos imunizantes: a proibição da entrada da vacina no país, em virtude de uma alteração da Anvisa no padrão de testes; a não inclusão da vacina, por parte do Ministério da Saúde, no Plano Nacional de Imunização (PNI); e falta de licença de importação.
“É lamentável porque pessoas estão morrendo. Veja o caso do Rio de Janeiro, onde cerca de 50% dos casos confirmados são da variante delta. Veja São Paulo, o risco de propagação pelo Brasil, a vacina em estudos e adequada para o controle variante delta e o Brasil impedindo a entrada da vacina. Aqui nós estamos tratando da vida. Os estados brasileiros se empenharam para trazer vacina, mas infelizmente aqui a burocracia é usada para impedir a entrada de vacinas. Com certeza, vidas humanas pagarão por conta de decisões como essas’.
Segundo integrantes do Consórcio Nordeste, o Fundo Soberano Russo informou que as vacinas destinadas ao Brasil serão enviadas para o México, Argentina e Bolívia; e que assim que o Brasil decidir, as doses estarão disponíveis para envio imediato ao povo brasileiro.
A previsão era de que o Brasil recebesse 1,1 milhão de doses da vacina Sputnik-V no último dia 28 de julho. Na ocasião, segundo informações do Jornal O Globo, o cancelamento do envio do lote foi uma decisão do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, dizer publicamente que o Brasil não tinha necessidade dos imunizantes Sputnik V e Covexin.
O Estado Sergipe havia assinado contrato com a intenção de compra de 400 mil doses da vacina Sputinik-V, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, no primeiro momento, a compra de apenas 46 mil doses.
Por Verlane Estácio
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