Covid-19: Sindicato dos Correios revindica EPIs para os trabalhadores

Apesar do isolamento social de boa parte da população, os trabalhadores continuam realizando serviços de entrega de encomendas que circulam por todo o País (Foto: arquivo/ Portal Infonet)

Os trabalhadores dos Correios organizados no SINTECT/SE estão preocupados com a possibilidade de contágio pelo Coronavírus. Depois de um mês e cinco dias do registro do primeiro caso de Coronavírus em território nacional, já se somam mais de 6.932 casos confirmados e 247 mortes, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta última quarta-feira, 1º.

Apesar do isolamento social de boa parte da população, os trabalhadores continuam realizando serviços de entrega de encomendas que circulam por todo o País. Segundo o secretário geral do SINTECT/SE, Jean Marcel, o sindicato tem cobrado na Justiça a proteção dos trabalhadores dos Correios e conquistou uma liminar exigindo EPI (Equipamentos de Proteção Individual; no caso, álcool gel 70%, luvas e máscaras) e que vem sendo descumprida pela empresa.

“Sabemos que o papelão e o plástico podem acumular e transportar o vírus por muitas horas e é exatamente este material que o trabalhador dos Correios manuseia a todo momento. Os Correios atuam em 5.570 municípios fazendo circular mercadorias e objetos, não queremos que o trabalhador dos Correios seja contaminado nem que atue como vetor de contaminação espalhando o vírus para diferentes localidades do Brasil”, resumiu o dirigente sindical.

Outro problema é que como a maioria das empresas estão fechadas, as encomendas enviadas pelo correio estão sendo arremetidas para as agências e os clientes vão até lá para retirar, provocando superlotação com aglomerações desnecessárias neste período de pandemia.

De acordo com Jean Marcel, o objetivo da liminar impetrada pela assessoria jurídica do SINTECT/SE é suspender parte do serviço dos Correios e deixar funcionando apenas a entrega de medicamentos, vacinas e itens essenciais que ainda precisam circular em território nacional em tempos de Coronavírus.

“Antes mesmo do início do seu mandato, Bolsonaro falava que os Correios eram uma empresa que poderia ser extinta ou vendida, pois só servia pra ‘cabide de emprego’. Nós sempre defendemos os Correios como uma empresa pública essencial para o funcionamento, integração e soberania nacional. Agora, por exemplo, são os Correios que estão transportando o Covid-19 inativo para fins de pesquisas em diferentes institutos e universidades brasileiras. O que nós não aceitamos é o desrespeito com os trabalhadores dos Correios. Em tempos de pandemia, exigimos EPI e restrição do serviço de entrega para minimizar as possibilidades de contágio”, alertou Jean Marcel.

Correios

Os Correios reafirmaram que todas as medidas adotadas seguem as diretrizes do governo federal e que todas as decisões têm respaldo de um Grupo de Trabalho formado por empregados de vários setores da empresa, constituído exclusivamente para lidar com a presente situação.

Conforme as orientações da empresa, cabe a cada gestor garantir o bom funcionamento de sua área para que não haja atraso ou paralisação das atividades. A autorização para trabalho remoto permanece válida para todos os empregados que se enquadram nas condições previstas. Para aqueles que não estão neste grupo, a orientação é estabelecer o rodízio dos horários de expediente, de forma a garantir o funcionamento das áreas. A norma vigente prevê, ainda, a solicitação de autorização para trabalho remoto, em caráter de excepcionalidade administrativa, pelo próprio empregado. Vale ressaltar que todas as medidas judiciais continuarão a ser cumpridas integralmente.

A diretoria executiva dos Correios disse que está atenta a todas as instruções governamentais, prezando pelo andamento do seu negócio e, acima de tudo, apoiando a sociedade neste momento de crise, com a preocupação maior de preservar a saúde de sua força de trabalho.

A empresa reiterou que a estatal presta serviço essencial à população e, também por isso, necessita se manter em operação, dentro da realidade que o momento atual enseja.

Com informações do Sintect/SE

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