Depressão provocada pela pandemia também pode afetar crianças

Psicóloga Mayra Nascimento explica como identificar e tratar a depressão infantil (Foto: arquivo pessoal)

A pandemia do novo coronavírus afetou a saúde mental de toda a população. Mas o que chama atenção é que as crianças e adolescentes também foram afetadas – de maneira significativa – pelas mudanças na rotina provocadas pela covid-19. O fato é comprovado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que apontou que uma em cada quatro crianças e adolescentes ouvidos em estudo específico apresentou ansiedade e depressão durante a pandemia com níveis clínicos – ou seja, com necessidade de intervenção de especialistas.

“As crianças com idade a partir dos 6 anos, período em que estão na segunda infância, têm sido mais afetadas. Geralmente nessa idade, as crianças estão inseridas nas escolas e já vivem uma rotina bem estabelecida e que sofreu grandes alterações”, explica Mayra.

Segundo a psicóloga, o medo e fatores como isolamento social, perda de contato com os amigos e familiares, mudança brusca na rotina e necessidade de adaptação rápida ao ensino remoto, contribuíram para o aumento dos casos de depressão infantil.

“Irritabilidade, desinteresse por atividades que antes eram prazerosas, dificuldades para dormir e de concentração, alterações no apetite e até sintomas físicos, como dor de barriga ou de cabeça, são os principais sintomas da depressão infantil”, alerta Mayra.

Tratamento

A psicóloga destaca que é importante buscar informações de qualidade sobre o tema e também não negligenciar as mudanças de comportamento da criança. “Quanto antes a avaliação for realizada, mais precocemente o tratamento adequado será oferecido para restabelecer a saúde mental da criança”, aconselha.

“Para que o tratamento seja efetivo, é necessário que a criança passe por uma avaliação junto a especialistas, como psicólogo e psiquiatra infantil, para que haja uma compreensão adequada da demanda e um diagnóstico correto, já que é possível que os sintomas apresentados sejam transitórios”, completa Mayra Nascimento. O tratamento “padrão ouro”, que é cientificamente comprovado, envolve psicoterapia, através da terapia cognitivo comportamental e, se necessário, após avaliação psiquiátrica, o uso de medicação.

Prevenção

A psicóloga ressalta que para prevenir a depressão infantil, é importante permitir que a criança tenha autonomia para fazer algumas tarefas. “É preciso que a criança se sinta segura de si, tenha capacidade de gerenciar suas emoções, tolerando frustrações, e consiga reconhecer valores, limites e regras, adotando hábitos saudáveis como alimentação adequada, rotina, atividades lúdicas e de entretenimento”, aconselha.

Mayra acrescenta que os pais devem ser parceiros da equipe que está envolvida no tratamento e faz parte da vida da criança (psicólogo, psiquiatra e escola). “Os pais devem também tirar todas as suas dúvidas com estes profissionais e receber orientação individualizada para que possam acolher a criança, de forma física e emocional, dando amor e atenção, além de suporte a sua autoconfiança”, finaliza.

Por Luana Maria e Verlane Estácio 

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