Entidades médicas buscam apoio da OAB/SE no caso Huse

Presidente da OAB/SE recepciona representantes de entidades (Foto: OAB/SE)

Representantes de entidades médicas do estado se reuniram nesta quarta-feira, 2, com o presidente da OAB/SE, Carlos Augusto Monteiro Nascimento, requerendo o apoio da Seccional no caso da falta de segurança nos hospitais do estado.

Carlos Augusto recebeu os representantes da classe médica no gabinete da presidência da entidade. A visita teve por objetivo garantir o apoio da Seccional nas reivindicações dos servidores do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), onde, na última sexta-feira, 27, três pessoas foram assassinadas.

“Convidamos a OAB porque acreditamos que a Ordem, inserida como está nos problemas da sociedade, exercerá o papel institucional para resolução desses problemas que tanto nos aflige nesse momento no hospital”, explica Marcos Krögger Galo, diretor clínico do Huse.

De acordo com ele, apesar de ter sido um problema pontual, a situação de insegurança nos hospitais é constante.  “A equipe de saúde e os médicos sofrem assédio das forças de polícia diariamente, com pressão e comportamento não civilizado. As ocorrências são várias, até mesmo de agressões com os profissionais de saúde dos hospitais”, comentou Marcos.

Carlos Augusto ressaltou o apoio da OAB/SE à causa dos servidores do Huse. “Recepcionamos as entidades médicas, e nos chegam algumas informações que agravam ainda mais a ideia que temos sobre o que ocorre no quesito segurança do Huse”, destacou.

Para o presidente da seccional, houve falha de segurança no hospital. “Infelizmente, assistimos a uma entrevista do secretário de Saúde, em que, sob a sua ótica, não houve qualquer falha no sistema de segurança daquela unidade hospitalar; divergimos completamente. Interpretamos que houve sim falha de segurança e agora, agregado a essas novas informações, avaliamos que situação como esta tende a ocorrer novamente, se nada for efetivamente alterado”, afirmou.

União

Com a chacina, as entidades médicas se uniram em torno do tema para mobilizar as autoridades a tomarem soluções imediatas. Segundo Hugo Canavessi, presidente da Associação dos Médicos do Hospital de Urgência, as entidades estão juntas para defender não só a categoria como também os pacientes, e as soluções precisam ser encontradas imediatamente para que os hospitais voltem a ser locais seguros.

Já Hyder Aragão, conselheiro regional do Conselho Regional de Medicina (CRM), relembra que a questão de insegurança nos hospitais não é de hoje. “Esta questão da segurança se insere na problemática efetiva da saúde há muito tempo. E agora, a insegurança plena coloca em risco os profissionais de saúde, especialmente os médicos; então enxergamos essa situação como uma evolução negativa de um problema já existente”, conta.

Clima de apreensão

A chacina assustou os servidores do hospital, que trabalham agora sob clima de medo e desconforto. “Os funcionários estão arrasados, não receberam nenhuma assistência do governo do estado, mas continuam trabalhando. O governo não demonstrou nenhuma atitude até o momento”, lamenta Petrônio Gomes, presidente da Sociedade Médica de Sergipe (Somese).  “Espero muito da OAB, pois ela tem o poder também de nos ajudar a orientar o caminho a seguir”, complementa.

Atendendo ao apelo das entidades, a OAB/SE renovará a solicitação de reunião com o governador do estado, para entre outros assuntos, discutir o problema da falta de segurança no Huse e nos outros hospitais de Sergipe. Além disso, a Ordem já garantiu espaço às entidades médicas para ampliação da discussão com o pleno do Conselho Seccional, na próxima reunião, que acontecerá no dia 28 de maio.

Fonte: Ascom/OAB-SE

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