Aquela pessoa que convive com você passou a ter problemas de memória? Apresenta dificuldade para fazer planos, resolver um problema, executar tarefas familiares? Perde a noção do tempo ou fica desorientada? Ela pode estar desenvolvendo a Doença de Alzheimer. Sempre preocupada com a saúde da população sergipana, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), apresenta informações e dicas importantes que poderão colaborar na identificação, tratamento e combate à doença.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que acomete, principalmente, idosos a partir dos 60 anos e é considerada um tipo de demência irreversível. “A apresentação principal é o declínio cognitivo, com ênfase no prejuízo da memória. Inicia então com relato de esquecimentos, desorientações, mas que evolui para uma situação de perda da capacidade funcional” explica o referência técnica da Neurologia do Hospital de Urgência de Sergipe(HUSE) e neurologista assistente do HUSE e do Hospital Universitário (HU), Dr. Marcelo de Oliveira Ribeiro Paixão.
Os sintomas principais estão relacionados à perda da memória recente e semântica. Depois, passa a acometer capacidade de concentração, abstração e cálculo. Após vários anos, habilidades motoras, linguagem, deglutição e equilíbrio também são comprometidos. Não há cura. Entretanto, é importante lembrarmos, de acordo com Dr. Marcelo, “que toda vez que considerarmos um possível diagnóstico de demência de Alzheimer, temos o dever de excluir outras etiologias tratáveis. Um exemplo seria uma deficiência na vitamina B, ou mesmo um quadro de neurossífilis. Estas duas condições podem simular um quadro demencial, e ambas têm cura quando diagnosticadas precocemente”, diz o médico.
Atualmente, vários estudos estão em curso objetivando prever o surgimento de demência de Alzheimer anos antes da apresentação clínica através de biomarcadores ou testes neuropsicológicos. Dr. Marcelo informa ainda que “novas drogas estão sendo avaliadas com potencial neuroprotetor. Um novo anticorpo monoclonal também tem sido testado. Todavia, é importante reforçar que o diagnóstico de demência de Alzheimer deve ser feito com calma, após exclusão das causas tratáveis e sempre explicando aos familiares o real significado do termo neurodegeneração. Assim, mesmo que as novas drogas estejam disponíveis em curto ou médio prazo, ainda mantém-se o paradigma de que demência de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa”.
O tratamento medicamentoso deve ser iniciado o quanto antes, visando redução da velocidade de progressão. Infelizmente, não existe, ainda, um meio de parar a progressão ou de reverter o processo. As drogas principais para a terapia são as medicações anticolinesterásicas, que aumentam o nível da acetilcolina cerebral.
Dr. Marcelo enfatiza que o atendimento desses casos deve ser multidisciplinar com terapia ocupacional e neuropsicologia que são indispensáveis para auxiliar o neurologista. “Apesar de termos terapias efetivas para cura, temos que saber reconhecer uma suspeita de demência para melhor conduzir e orientar os devidos cuidados. Acolher a família neste momento é crucial, visto que durante o processo degenerativo muitas situações difíceis ocorrerão, como episódios de confusão e agitação motora e inversão do ciclo sono-vigília” conclui o neurologista.
Fonte: SES
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