Falta de remédio para tratar hanseníase prejudica pacientes em SE

Ainda não existe uma data exata para o retorno da distribuição do medicamento (Foto: Freepik)

Há 15 dias sem o medicamento para tratar a hanseníase, José de Lima Rocha, 76 anos, precisou suspender o tratamento diário da doença. O remédio é disponibilizado gratuitamente nos postos de saúde e não é encontrado em farmácias. Os funcionários do posto de saúde localizado onde a família reside, no conjunto Marcos Freire III, em Nossa Senhora do Socorro, informaram à família do paciente que a medicação está em falta.

Segundo Adiluzia da Conceição, esposa de José, é a segunda vez que o medicamento está em falta e, por este motivo, José apresenta algumas reações. “Ele não tem nenhuma outra opção que não seja tomar esse remédio que a gente só encontra no posto”, declara. “Com a falta da medicação, José está sentindo as mãos e as pernas dormentes. Nós que somos da família ficamos preocupados”, completa.

Ainda de acordo com Adiluzia, o retorno que eles recebem dos funcionários do posto é de que não há previsão para o que remédio volte a ser distribuído, o que para ela, reforça a razão de estar preocupada. “É um remédio muito específico e único que ajuda no tratamento de José, sem essa medicação a gente fica sem saber o que fazer”, desabafa. 

Secretaria Municipal da Saúde de Socorro

O secretário da saúde do Município de Nossa Senhora do Socorro, Enock Ribeiro, informou que a medicação é fornecida pelo Ministério da Saúde e distribuída para os municípios pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por isso, a SMS de Socorro não poderia dar uma previsão da chegada dos medicamentos.

Ainda de acordo com Enock Ribeiro, uma nota técnica foi emitida pelo Departamento de doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde informando que, em 2020, ocorreram problemas na qualidade de uma das substâncias do medicamento. Por este motivo, houve o congelamento da distribuição de qualquer produto à base dessa substância. A última remessa deveria ter sido feita no Brasil em outubro deste ano, o que garantiria o abastecimento para os meses de novembro, dezembro e janeiro para todos os estados do país.

Na nota, o Ministério da Saúde informou que está em constante contato com a OPAS e OMS para que as remessas sejam entregues no Brasil ainda em dezembro deste ano, com imediata disponibilização aos estados. A recomendação dada pelo MS é de que os pacientes com hanseníase sejam orientados a aguardar a chegada do medicamento.

SES

A Secretaria de Estado da Saúde também se pronunciou sobre o problema. Segundo a SES, a poliquimioterapia é fornecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a todos os países endêmicos, incluindo o Brasil, através do Ministério da Saúde. Ainda de acordo com a SES, excepcionalmente, no ano de 2020, ocorreu um desabastecimento a nível mundial, impactando no abastecimento da rede SUS. A previsão de recebimento, segundo o Ministério, é até o final deste mês de dezembro.

Hanseníase

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), o tratamento da hanseníase no Brasil é feito nos postos de saúde e os medicamentos são fornecidos gratuitamente aos pacientes, que são acompanhados durante todo o tratamento, por isso, o remédio não pode ser encontrado à venda nas farmácias.

Ainda de acordo com a OPAS/OMS, a hanseníase é uma doença infecciosa, de evolução crônica (muito longa) causada por um micro-organismo que atinge principalmente a pele e os nervos das extremidades do corpo, porém a doença apresenta cura através do tratamento ofertado pelo SUS.

Por Isabella Vieira e Verlane Estácio

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