Greve: Médicos são impedidos de entrar na prefeitura

João Augusto: assembleia para cumprir decisão judicial (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

A Guarda Municipal de Aracaju (GMA) trancou o portal central do Centro Administrativo Prefeito Aloísio de Campos e impediu que médicos grevistas, jornalistas e até servidores públicos tivessem acesso à sede do Poder Executivo Municipal da capital sergipana na manhã desta quarta-feira, 8.

Nos primeiros momentos, alguns médicos, que estão em greve desde o dia 16 do mês passado, conseguiram entrar [porque não se identificaram, segundo lideranças do Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe –Sindimed], mas logo depois outros profissionais que começaram a chegar foram impedidos e, posteriormente, os guardas impediram o acesso de todas as pessoas que chegavam ao Centro Administrativo, inclusive servidores que desejavam cumprir expediente. “A entrada está sendo feita lá por trás, é ordem do Centro Administrativo”, revelou um guarda municipal sem explicar de quem teria partido tal ordem.

O presidente do Sindicato dos Médicos do Estado Sergipe (Sindimed), João Augusto Oliveira, informou que os médicos fariam assembleia geral na porta da PMA para decidir pelo cumprimento de decisão judicial pelo retorno às atividades. O sindicato foi notificado sobre a decisão judicial na tarde da terça-feira, 7, e ainda nesta quarta eles decidirão se retornarão às atividades hoje ou na quinta-feira, 8.

José Menezes critica prefeito por impedir acesso ao Centro Administrativo

O diretor do sindicato, José Menezes, utilizou o microfone para protestar contra a atitude dos guardas municipais e responsabilizou diretamente o prefeito João Alves Filho (DEM) pelo impedimento do acesso à parte interna do Centro Administrativo. “O prefeito João Alves Filho quer que a greve continue porque os médicos vão pedir os exames e a prefeitura vai ter que pagar, o público está vendo agora como os médicos são tratados pelo prefeito”, destacou o sindicalista.

Prefeitura

No início da noite, a Prefeitura Municipal de Aracaju se pronunciou por meio de nota. Com relação aos salários da categoria, a informação da prefeitura é que os servidores da saúde receberam seus vencimentos no dia 5 de maio, com exceção dos médicos RPA, que receberam no dia 20, “como sempre ocorre para essa categoria a produção de um mês é paga no seguinte, entre os dias 20 e 30”, explicou.

Com relação ao trancamento dos portões da PMA para barrar a entrada dos manifestantes, imprensa e outras pessoas na sede da Prefeitura, a nota informou: “O procedimento de fechamento dos portões adotado pela Guarda Municipal se deu porque os médicos que participavam da manifestação tentavam ocupar a área interna do prédio com o propósito de estender faixas e deliberar sobre as próximas ações através da realização de assembleia. Dessa forma, para coibir essa situação os portões foram fechados por cerca de uma hora e meia até o fim do movimento”.

O restante da nota enviada pela PMA respondeu às acusações da classe médica, que disse que a prefeitura teria usado de ‘inverdades’ para convencer a Justiça considerar a greve ilegal. Confira o trecho final da nota abaixo:

O município tem tão somente a afirmar, que no estado de direito, as decisões judiciais devem ser respeitadas e cumpridas. De forma inequívoca, o Poder Executivo Municipal de Aracaju colheu as informações durante exaustivas reuniões com as secretarias de Governo, Planejamento e Saúde do Município. Órgãos os quais se reputa toda responsabilidade, credibilidade e confiança nas informações passadas.

Em tempo, a PMA também lembra aos cidadãos que o Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe nesta ação como em tantas outras, se baseia na cautela e no estudo dos fatos, antes de qualquer decisão tomada. Assim sendo, não tem como a Procuradoria Geral do Município ver de outra forma, se não desrespeitosa, a postura adotada pelo Sindicato, ao não acatar a decisão anunciada pelo TJ-SE.

Por Cássia Santana

A matéria foi alterada às 19h11 para acréscimo de nota enviada pela Prefeitura