Sem opção, a promotora promete entrar com Ação Civil Pública (Foto: Portal Infonet) |
A Promotoria de Saúde do Ministério Público Estadual (MPE) promete entrar com uma Ação Civil Pública (ACP) nos próximos dias por conta da falta de insumos visando a garantia da qualidade e validação do processo de esterilização na Central de Material (CME) do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Caso o problema continue existindo, num processo de infecção dos pacientes do Huse, os médicos não terão como detectar a origem.
Uma audiência foi realizada na manhã desta quarta-feira, 2 com a finalidade de discutir o problema, mas os representantes da Fundação Hospital de Saúde não souberam precisar uma data para que o material seja repassado à Central de Material e Esterilização.
Na ocasião, a representante da CME, Loélia Maria Campos Maia de Andrade informou que não se responsabiliza pela qualidade da esterilização devido à falta de insumos que validam o processo.
“O Huse não está realizando o teste Bowie-Dick devido à falta do reagente, com isso estamos realizando um exame em adaptação arcaica. Nós realizamos dois testes por semana e necessitamos 30 ampolas semanais, sendo 20 de uso e 10 em reserva. O que temos no estoque só dá até a próxima semana”, explica acrescentando que sempre pede o produto a mais porque são apenas três aparelhos de autoclave, que quebram com freqüência.
Como estava sem a incubadora que realiza os testes que detectam os níveis de contaminação, ao invés de serem realizados dois semanais como preconiza as normas, foi feito apenas um.
“Como o Huse é porta aberta, sendo o único do estado em alta complexidade, com volume de infecção muito grande, existindo grande quantidade de materiais é necessária a realização de dois testes”, lamenta acrescentando que os três equipamentos de autoclave não são suficientes para atender ao hospital e que a partir da próxima semana, se os insumos não chegarem, ela não se responsabilizará pelo processo de esterilização e validação dos materiais.
Loélia Campos explicou ainda que “o grande risco da não realização do teste de validação é porque numa possível infecção do paciente, o médico não vai poder identificar a origem”.
Contraponto
O coordenador de compras da Fundação Hospitalar de Saúde, Anderson Ramos Santos, informou à promotora Euza Missano que até a manhã desta quarta-feira, não sabia que os insumos estavam faltando e já entrou em contato com a empresa, recebendo a informação que em 10 dias os produtos chegariam, mas que não pode garantir.
“Fui informado pelo pessoal do almoxarifado que já encaminharam 16 ampolas ao Huse e que o Bowie-Dick para o teste do processo de esterilização também não foi entregue pela empresa. Com isso, a Fundação Hospitalar poderia fazer uma compra emergencial”.
Diante da falta de garantias para que o problema seja solucionado, a promotora Euza Missano prometeu entrar com uma Ação Civil Pública, mediante a gravidade da situação.
Por Aldaci de Souza
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