
Informação e prevenção são ferramentas a serem utilizadas para a conscientização e contra o preconceito com as pessoas infectadas com o vírus HIV, a Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). O 1º de dezembro é lembrado como ‘Dia Mundial de Luta contra a Aids’ e o Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde de Servidores do Estado de Sergipe (Ipesaúde) se engaja na campanha ‘Dezembro Vermelho’ chamando a atenção da sociedade para as medidas de assistência, proteção e promoção de direitos.
Apesar das várias décadas de conhecimento, pesquisas e enfrentamento do HIV, o vírus que pode levar à doença Aids ainda não foi decretada a cura, mas os seus portadores têm tido cada vez mais qualidade de vida, apesar da infecção. De acordo com o infectologista do Ipesaúde, Alex Ricardo, o fundamental é manter os cuidados preventivos a todas as demais ISTs como o próprio HIV, sífilis, clamídia, gonorréia, entre outras.
“A gente continua no enfrentamento, pesquisando novas medicações, novos jeitos de tratamento. O tratamento da Aids possibilita uma qualidade de vida e um tempo de vida igual ao da população em geral. Então, a gente continua no enfrentamento da doença para que ela não se transmita para as demais pessoas e para que a gente consiga dar uma qualidade de vida para quem já tem o vírus do HIV”, destaca o médico.
Vírus e doença
Ser portador do vírus HIV não significa obrigatoriamente ter a doença. O infectologista informou que uma pessoa vivendo com vírus pode ter a sua imunidade diminuída e vir desenvolver, assim, a imunodeficiência humana, que é a Aids. A doença é muito perigosa por causar uma baixa no sistema imunológico importante, deixando o organismo frágil contra outras doenças que normalmente não causariam grandes males.
“Entretanto, só ter o vírus não quer dizer que você desenvolverá essas outras doenças. Então, quanto mais precoce o tratamento, menor a chance de doenças oportunistas e menor o risco de transmissão. Hoje a gente entende que carga viral zero, quando a gente consegue eliminar o vírus de forma adequada com o tratamento, a gente também inibe a transmissão e as chances de novas doenças pelo vírus do HIV”, orienta Ricardo.
Prevenção
A sabedoria popular orienta há milênios que prevenir é melhor do que remediar. As Infecções Sexualmente Transmissíveis podem ser evitadas com uma prevenção simples, segura e a mais adequada, que é o uso de preservativos. Disponível gratuitamente nas unidades de saúde públicas, nos hospitais e distribuídas em grandes eventos, as populares camisinhas, masculina e feminina, estão ao acesso de todos.
“A gente indica que as pessoas continuem se prevenindo com o uso de preservativos. Do HIV especificamente, a gente também tem para algumas pessoas o PrEP [Profilaxia Pré-Exposição], que é uma medicação que tenta prevenir o HIV pela ingestão de medicação antes do ato sexual. Entretanto, ainda recomendamos o uso de preservativos como a melhor forma de prevenção de todas as ISTs”, alerta o médico infectologista do Ipesaúde, Alex Ricardo.
Auxílio psicológico
Além do tratamento medicamentoso e do acompanhamento médico, o auxílio profissional da psicologia também é um importante aliado para quem recebe o diagnóstico de HIV/Aids. As sessões de terapia ajudam a estruturar melhor o comportamento diante das mudanças na rotina, com o tratamento ou ainda diante de possíveis estigmas na família e na sociedade.
De acordo com a psicóloga do Ipesaúde, Aline Lordão, utilizar a fala e a escuta qualificada para lidar com os sentimentos intensos que podem surgir como, medo, tristeza e ansiedade, é um diferencial na vida de quem enfrentará esta realidade. “Muitas pessoas sentem vergonha de falar, sentem culpa até e não procuram o apoio de familiares e amigos por conta do preconceito, das pessoas se afastarem. É importante buscar, entender o que está acontecendo, ter o conhecimento sobre a situação e a psicologia vai dar esse acolhimento necessário neste momento”, informa a profissional.
Já contra o preconceito, a melhor arma é a informação de qualidade. As pessoas infectadas pelas IST’s, segundo Aline Lordão, precisam de cuidado, carinho e de um olhar diferenciado, e não de indiferença. “É importante tentar ser acolhedor, no sentido de escutar, respeitar o tempo de aceitação do diagnóstico de cada um, de respeitar os sentimentos que aquela pessoa está tendo referente a medo, a própria culpa. É importante tentar quebrar este tipo de sentimento, escutar mais e tentar participar junto do tratamento, estar mais com palavras, afeto e respeito”, orienta a psicóloga.
Fonte: Ipesaúde
