A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), unidade de alto risco gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), contabilizado de janeiro a outubro deste ano 4.462 partos. Destes, 606 foram realizados em adolescentes com idade compreendida entre 10 e 19 anos. Em 2019, foram registrados 5.385 nascimentos, sendo 775 partos em adolescentes, contabilizando uma média de 65 partos mês. Já no ano anterior (2018), a instituição registrou 5.491 partos, destes 1.003 foram partos realizados em adolescentes.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) atesta que o Brasil tem 68,4 bebês nascidos de mães adolescentes a cada mil meninas de 15 a 19 anos. O índice brasileiro está acima da média latino-americana, estimada em 65,5. A adolescência é uma fase da vida, quando ocorrem modificações corporais e psicológicas nas meninas e que nesse período raramente a gravidez é planejada, conseqüentemente provoca mudanças na vida da jovem que está gestante.
A psicóloga Taís Fonseca Menezes Oliveira atentou que o serviço de apoio multidisciplinar da Maternidade garante à paciente suporte necessário durante a internação e o serviço de psicologia é ofertado de forma acolhedora. “A instituição tem um papel primordial por acolher jovens puérperas orientando e preparando emocionalmente essas adolescentes a cuidarem de seus filhos”, disse a psicóloga.
O médico Almir Santana, gerente do programa IST/AIDS, afirma que o método mais eficaz para evitar a gravidez precoce ainda é a camisinha. “Não sou contra os anticoncepcionais, mas é preciso usar a camisinha. O adolescente pode contrair uma IST, ou seja, só previne a gravidez”, alertou.
A adolescente Ariane Evelyn Silva Santos, 12 anos, mãe de Maia Emanuelle Silva Martins, que nasceu no dia 10 de setembro, com 826 g, prematuro extremo. Maia ficou quase dois meses no Centro de Prematuros (Cempre), “Tive um parto prematuro com seis meses e estou internada na Ala Verde, aqui tive acompanhamento com a psicóloga Taís Fonseca, todo o dia me dava suporte, a maternidade é uma escola, como já sabia cuidar de uma criança, para mim foi fácil, a diferença que é menor e precisa prestar atenção, por exemplo, às vezes ela para de respirar. Estou sempre atenta. Maia está mamando bem no peito. Atualmente 1.680 kg. Estamos na expectativa para ir pra casa na segunda-feira, dia 30”, comentou Ariane.
Ela comentou ainda que a mãe estive o tempo todo do seu lado e o companheiro visita com freqüência. “Pretendo dar continuidade aos estudos que parei no 7º ano e desejo ter o meu próprio negócio. Agradeço aos médicos e enfermeiros da maternidade que deram toda assistência, toda equipe maravilhosa. Foram três meses de luta, chorei, sorri e sei que conseguimos vencer”, concluiu.
Fonte: SES
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