Recepção da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (Fotos: Portal Infonet) |
O Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed) protocolou no Ministério Público Federal (MPF), um relatório sobre os principais problemas na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, a exemplo da superlotação, falta de segurança, de insumos e escalas deficitárias. Na noite desta segunda-feira, 3, um dos plantões ficou fechado por duas horas. O superintendente da unidade de alta complexidade, Luiz Eduardo Prado garantiu que a maternidade está com as escalas completas e que as portas continuam abertas para os casos de urgência.
De acordo com ele, por conta de uma nova gestão, que passou poucos dias à frente da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, o corpo clínico convocou uma reunião com representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM) e do Sindimed para fazer algumas reclamações, o que desencadeou no relatório entregue ao MPF.
Luiz Eduardo: "A maternidade não fechou e não fecha" |
“A reunião aconteceu no último dia 21 de janeiro aqui no auditório da maternidade, com os profissionais, o CRM e o Sindimed. Entre os pontos, o problema da superlotação. A verdade é que a ausência de mais maternidades de baixo risco em Aracaju, superlota a Lourdes. Na maternidade hoje temos as escalas fechadas, mas em alguns momentos pode acontecer a falta de profissionais por conta de atestados, aposentadorias. Aqui é como o Huse, somos porta aberta, mas devido à necessidade de mais unidades na capital e de falha nas escalas do interior, superlota, só que não deixamos de atender”, destaca.
Fechamento
Quanto ao fechamento na noite desta segunda-feira, Luiz Eduardo foi enfático:
“A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes não fechou e não fecha, mesmo estando com o fluxo lotado, o que aconteceu foi uma restrição para que os médicos do plantão pudessem dar vazão à demanda. O nosso foco é atender pacientes de alto risco, mas por algumas falhas na rede, a exemplo de deficiências no pré-natal [muitas vezes a gestante não tem a pressão arterial controlada e acarreta em eclâmpsia], a falta de maternidade de baixo risco, acabamos restringindo o atendimento, mas nenhum paciente deixa de ser atendido, às vezes não é em condição ideal, temos que arranjar leitos extras, deixar pacientes em macas no Centro Cirúrgico até surgir vagas nas enfermarias, mas não fechamos as portas”, reconhece ressaltando que são atendidas 400 pacientes por mês, mas devido à demanda de baixo risco, em janeiro foram 500 atendimentos.
Quanto à falta de insumos, o médico explicou que a situação está melhorando. “Às vezes faltam antibióticos e eu peço por empréstimo à própria rede, ao município de Nossa Senhora do Socorro, mas estamos aguardando a implantação do novo sistema no almoxarifado”, diz acrescentando que atualmente trabalham cinco obstetras por plantão, além de seis neonatologistas, sendo um na sala de parto e os demais na Unidade de Tratamento Infantil (Utin), além de anestesistas e neurocirurgiões.
Visita
A visita foi realizada no dia 21 de janeiro pelos diretores do Sindimed, José dos Santos Menezes e Leila Nacer que “constataram irregularidades, como superlotação por meio de pacientes que vêm de outros estados, sem regulação, rede estadual funcionando precariamente, atendimentos de baixa complexidade. (baixo risco), sem regulação, sem encaminhamento e Pré Natal mal feito e precário em várias localidades; falta de itens básicos como capotes, lençóis, luvas e gorros, anti-hipertensivos e antibióticos, além de falta de segurança”.
No relatório é sugerida a abertura de maternidades de baixo risco, concurso público para repor funcionários, evitar falta de insumos e medicamentos, manutenção preventiva e curativa do aparelho US.
Por Aldaci de Souza
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