Maternidade Nossa Senhora de Lourdes está lotada

Maternidade recebe número de mulheres e bebês acima do esperado (Fotos: Portal Infonet)

“A maternidade está lotada, e a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIn) tem em média 77 bebês. Isso é um absurdo, e o Ministério Público já está sabendo desta situação”. Foi esta a declaração que a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (SEESE), Flávia Brasileiro, forneceu a equipe do Portal Infonet quando perguntada a respeito da situação da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL).

De acordo com Flávia, a unidade tem problemas com falta de macas, amniótomo (instrumento utilizado para fazer cultura de bolsa) e aspirador para sugar o líquido amniótico. Ela ainda alega que a unidade está superlotada por receber um número de mulheres acima do esperado. “A maioria das grávidas que vai até a MNSL é de baixo risco e não tem necessidade de ir para lá. Isto dificulta a entrada de mulheres com casos de alto risco, que realmente têm necessidade de conseguir vaga na maternidade”, alegou.

Para a superintendente do hospital, Carline Rabelo, atualmente há um número excedente de bebês, porém ela afirma que a MNSL tem suporte para garantir a alta demanda. “Normalmente dispomos de 59 vagas, porém nesta segunda-feira, 7, temos 15 bebês a mais. Mas isso não quer dizer que não cosigamos atender a todas as crianças. Temos incubadoras e equipamentos para todos”, confirmou.

Com relação à falta de alguns instrumentos, Carline é enfática. “Temos macas e aspirador. A única coisa que falta é o amniótomo e ele já foi solicitado. Além disso, a cultura não precisa ser realizada apenas por esse equipamento, a pinça também pode desempenhar a mesma função”, destacou.

Espera

Flávia Brasileiro denunciou a situação da MNSL

A presidente do SEESE alegou que a maternidade estava mantendo algumas parturientes no centro cirúrgico por não haver espaço suficiente nas enfermarias para abrigar as mães. A situação foi confirmada por uma funcionária, que não quis se identificar, e por Maria Rosa os Santos, ex-sogra de uma das mulheres internadas na maternidade.

De acordo com a servidora, já aconteceu casos de mães ficarem por cerca de dois dias no centro cirúrgico aguardando uma vaga. Já Maria disse que, desde o parto de sua nora, que aconteceu de madrugada, até o momento da entrevista, realizada por volta das 16h, ela estava à espera de transferência.

Para a superintendente do hospital, a permanência no centro cirúrgico por um determinado período de tempo é algo de rotina para as mulheres que fizeram parto cesáreo. Ela ainda afirmou que não há demora na transferência das parturientes para as enfermarias e que o que ocasiona a lotação e a dificuldade na rotatividade dos leitos é a chegada de mulheres com gravidez de baixo risco e/ou a vinda de gestantes de outros Estados e do interior de Sergipe.

Por Monique Garcez e Janaina de Oliveira

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