Filas no HU; atendimento suspenso parcialmente (Fotos: Larissa Ferreira/estudante/UFS) |
Médicos que possuem vínculos com o Governo Federal, seja por meio dos Ministérios da Saúde e Educação ou fundações federais, suspenderam o atendimento nesta terça-feira, 12, em alerta para os efeitos, classificados como nocivos, da Medida Provisória 568/2012, que institui a Vantagem Pessoal Nominal e Individual (IPNI), que congela gratificações em valores fixos, desvinculando-as da remuneração básica. Na ótica dos servidores da área de saúde, a medica implica redução de salário, em torno de 50%, dependendo dos casos específicos.
Quem buscou o atendimento, foi orientado a procurar serviços em outros hospitais e unidades de saúde existentes na capital. “Aqui a porta de acesso é o Sisregh (Sistema de Regulação), que é feito por meio dos postos de saúde, que distribui as vagas de forma igualitária lançadas no sistema, mas a orientação é não fazer marcações devido à greve”, explicou a enfermeira Evandra Valéria, em conversa com os pacientes que buscaram atendimento nesta manhã naquela unidade de saúde.
Alerta para os efeitos, classificados como nocivos |
Médicos e demais servidores da área de saúde que possuem vínculo com o governo federal se concentraram em manifestação realizada no HU e expuseram contracheques, que explicitam, já nos vencimentos do mês de maio, a nova metodologia para pagamento da gratificação correspondente à insalubridade.
A enfermeira Evandra Valéria garante que perdeu cerca de R$ 200 de sua remuneração quando os 10% de seu salários básico, correspondente à gratificação de insalubridade, que foi substituído por uma remuneração fixa de R$ 180. “Isto é absurdo”, conceituou.
Ainda nesta terça, os médicos estarão reunidos no horário do almoço no Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed) para debater os novos encaminhamentos. O representante de Sergipe no Conselho Federal de Medicina, Henrique Batista, fará uma avaliação sobre os entendimentos que a classe médica está tendo com representantes do governo e com parlamentares da bancada federal.
O representante de Sergipe no Conselho Federal de Medicina, Henrique Batista |
Henrique Batista está otimista. Na semana passada, representantes da classe médica participaram de audiência pública, realizada em Brasília com a participação do relator da Medida Provisória, senador Eduardo Braga – PMDB/AM, do presidente da comissão mista criada no Congresso Nacional para analisar a MP, deputado federal Cláudio Puty (PT/PA) e também de representantes do Ministério do Orçamento. “Todos aceitaram as ponderações e esperamos que haja o compromisso para rever esta MP”, observa Batista.
Sem atendimento
A clientela ficou em dúvida quando percebeu que alguns pacientes estavam sendo atendidos e outros não, nesta terça no HU. O presidente do Sindimed, João Augusto Oliveira, explica que só estão sendo realizados os serviços realizados por médicos que não possuem vínculo com o Governo Federal. São médicos com vínculo com a Prefeitura de Aracaju e com o Governo Federal, que atendem no HU.
A coordenadora do ambulatório do HU, Ana Paula Lemos Vasconcelos de Lima |
A coordenadora administrativa do ambulatório do HU, Ana Paula Lemos Vasconcelos de Lima, informa que está sendo respeitada a margem de 30% dos serviços, que inclui a garantia de atendimento a pacientes com uso de medicação contínua, portadores de doenças crônicas.
O HU realiza uma média entre 8,5 mil a 9 mil consultas ao mês, num patamar que chega a algo em torno de 2,3 mil consultas diárias. Apesar da paralisação dos médicos federais ter duração de apenas um dia, o atendimento poderá ficar comprometido nos demais dias devido à greve por tempo indeterminado deflagrada na segunda-feira, 11, pelos servidores da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Por Cássia Santana
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