MPE investiga caso de criança que teve perna amputada

Ortopedista conta que a oclusão só foi constatada no centro cirúrgico (Foto: Portal infonet)

Uma criança de 10 anos teve a perna amputada no Huse decorrente de uma oclusão arterial na perna esquerda. Segundo o diretor técnico do Huse, Augusto César Esmeraldo, o caso foi encaminhado para a Comissão de ética do Huse para investigar se houve erro médico, pois a oclusão não foi constatada com antecedência, o que poderia ter evitado a amputação.

A criança foi vítima de um atropelamento de moto no município de Estância no dia 3 de outubro. Ela foi socorrida no Hospital Regional de Estância, sendo encaminhada para o Huse com relato de fratura no fêmur da perna direita e de tíbia na perna esquerda, sem relato de lesão vascular. Segundo o ortopedista Daniel Bispo, a cirurgia não foi realizada de imediato, pois foi constatado através de exames clínicos e laboratoriais que a criança apresentada anemia.

A cirurgia foi marcada para o dia 8 de outubro, e no centro cirúrgico foi constatada uma oclusão arterial na perna esquerda. “A paciente foi submetida a uma arteriografia, e foi constatada a oclusão circulatória total e irreversível, somente sendo possível solução com a amputação”, explica o ortopedista. A oclusão arterial é um bloqueio da passagem do sangue por uma artéria terminal, o que ocasiona uma insuficiência sanguínea, prejudicando o metabolismo celular colocando em risco a vida do paciente.

Em audiência, a superintendência do Huse informou que o caso foi encaminhado a Comissão de ética do Huse para investigar se não feita uma avaliação para evitar a amputação, ou se realmente não havia alternativa. Diante da denúncia, o MPE investigará as condições de assistência oferecida à criança para saber se houve indício de erro médico .

Comissão de Ética

O presidente da Comissão de Ética do Huse, Rilton Morais, afirmou que a comissão ainda não recebeu a denúncia, mas assim que receber notificação abrirá uma sindicância para apurar o caso.