Número de casos de sífilis congênita crescem no Estado

Saúde faz campanha para mulheres se previnirem da sífilis na gravidez

Os números de contágio entre gestante e infecções por sífilis congênita (transmitida pela mãe ao bebê) subiram muito nos últimos anos no Estado, mas não justificam uma epidemia. As informações são do médico e coordenador do Programa DST/AIDS de Sergipe, Almir Santana, ao desmentir as especulações que repercutem nas redes sociais que atualmente existe epidemia de sífilis em Sergipe.

“O que caracteriza uma epidemia é quando se tem um aumento no número de casos num determinado período de tempo. A sífilis vem crescendo e existe epidemia da doença no país, mas em Sergipe não. O que precisamos tomar cuidado é na falha do pré-natal, muitas mulheres iniciam tardiamente e isso implica no tratamento”, explica.

Ele informa que atualmente estão nascendo uma média de 300 bebês com a doença por ano e estes números poderiam ser evitados se a mãe descobrisse que estava doente antes de engravidar. “Se ela descobrir antes de engravidar, melhor. Faz o tratamento que dura em média três semanas e depois está curada. Mas se a mãe descobrir no início da gravidez, o médico pode fazer o tratamento para que o bebê não venha a óbito e nem apresente sequelas, por isso a importância do pré-natal bem feito”, diz.

Pensando nessa importância do pré-natal, o médico informou que a Secretaria de Estado de Saúde, através da Gerência de DST/Aids, encaminhou uma nota técnica para os médicos do SUS e também para os consultórios particulares, solicitando que o exame de sífilis seja solicitado nas consultas de rotina dos homens. “Com essa medida, acreditamos que podemos diminuir a doença no estado e principalmente na sífilis congênita. Pois a mãe é cuidada no pré-natal, mas nem sempre o homem é cuidado e ele pode passar para a mãe e o bebê”, acrescenta.

Almir Santana em uma das campanhas contra sífilis (Fotos: Arquivo Portal Infonet)

Sintomas

De acordo com a especialista, a sífilis no adulto tem sinais específicos, mas também há um período de latência considerável. O quadro sintomático inicia com uma ferida que, nos homens, é bem aparente, não dói e pode desaparecer num período de sete a dez dias. Nas mulheres, a ferida pode surgir na genitália interna e passar desapercebida.

“Mas como o período assintomático da doença é demorado a pessoa muitas vezes está doente e não sabe. A ferida pode aparecer e a pessoa também não perceber, por isso a importância de sempre usar preservativo. Depois de um tempo aí começa a aparecer feridas no corpo e queda de cabelo e se não tratar a doença se agrava destuindo tecidos como coração, cérebro e ossos”, ressalta.

Já na sífilis congênita, o período de evolução é bem mais curto. Durante a gestação, a doença pode causar aborto, malformações ósseas e manifestações na pele, além da morte do recém-nascido. “Se a gestante é tratada adequadamente no primeiro e até no segundo trimestre, o bebê também é tratado, mesmo intra útero. É uma doença bacteriana que tem cura. A grande questão é a busca do diagnóstico e do tratamento”, destaca.

Por Raquel Almeida

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