Na manhã desta quinta-feira, 29, mães de portadores de anemia falciforme estiveram reunidas na Associação dos Voluntários a Serviço da Oncologia em Sergipe (Avosos) para documentar situações críticas enfrentadas no hospital de urgência de Sergipe (Huse). Segundo elas, a ausência de hematologistas no hospital tem gerado consequências graves aos pacientes, que precisam do atendimento especializado.
Mãe de um adolescente, Shirleide Souza informa que foi vítima de uma situação de descaso ao precisar ir na urgência do hospital com seu filho, diagnosticado com anemia falciforme aos 11 meses de vida. Ela conta que os hematologistas trabalham somente na oncologia do hospital e que os pacientes com anemia não são atendidos pelo setor. Sem o devido atendimento, o filho dela teve o estado de saúde agravado. “Meu filho está com trauma e não quer ir para emergências com medo do atendimento”, diz.
Embora exista uma Portaria do Ministério da Saúde com definições clínicas sobre a doença, Shirleide e as mães presentes na reunião afirmam que os pacientes não possuem atendimento adequado em situações de urgência. “Eu só quero que o governo tome consciência que os portadores de anemia falciforme precisam de uma atenção”, afirma. Ela ressalta que, na maioria dos casos, os médicos da urgência chegam a desconhecer a doença e o atendimento na oncologia é negado aos pacientes.
A assessoria de comunicação do Huse informa que o Hospital foi classificado para o tratamento das doenças hematológicas, ou seja, as doenças do sangue, de origem oncológica. A responsabilidade do Huse é para o atendimento das leucemias, linfomas, o que é feito pelo Centro de Oncologia do hospital. No que se trata da doença, falciforme, ela é uma doença hematológica, mas, não é oncológica, ela é benigna e o hospital referência para esse tratamento é o Hospital Universitário de Sergipe. Embora não ser a nossa função de atendimento e pelo HU não ter um serviço de pronto socorro aberto 24 horas, o Huse atende as crianças em crise falcemica (febre, desidratação, dor) como também o adulto, uma vez estabilizado solicitamos vaga que deve ser atendida pelo Hospital Universitário de Sergipe (HU).
por Juliana Melo
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