PMA vai contratar 88 médicos para substituir grevistas

Secretário André Sotero explica que município está trabalhando para honrar débitos da última gestão e equeilibrar a pasta (Fotos: Portal Infonet)

O impasse entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o Sindicato dos Médicos de Aracaju (Sindimed) parece não ter fim. Desde o último dia 21 de janeiro, os médicos estão em greve e o atendimento a população permanece precário. Alegando que precisa tomar uma atitude desesperada, o secretário municipal de Saúde, André Sotero, pediu na coletiva de imprensa dessa segunda-feira, 6,  que os jornalistas divulgassem que a partir desta terça-feira, 7, a SMS estaria contratando médicos para suprir as escalas médicas.

O secretário explicou que a contratação de 88 médicos (o total equivalente aos médicos em greve do Programa de Saúde da Família) será feita através de Recibo de Pagamento Autônomo (RPA). “Chegamos ao limite de tudo. Não posso deixar a população continuar desassistida. Quem tiver parente ou amigos médicos pode divulgar que vamos contratar 88. Vou assinar e pagar em dinheiro”, diz.

André Sotero explica que a folha dos estatutários concursados é de 14 milhões e que pagou no último mês R$ 1,6 milhão para os médicos contratados por RPA. “Fizemos uma economia do mês de janeiro para fevereiro de mais de R$400 mil de RPA e nosso intuito era diminuir. Mas em meio a essa necessidade, fizemos a conta e, se contratarmos os 88 médicos em 20 horas dará uma média de 700 mil e poderemos pagar”, contabiliza o secretário, ressaltando que a prefeitura pagou os salários de janeiro, fevereiro em dia e o 13º salário que estava atrasado, dividindo o mês de dezembro, porque recebeu a administração com muitos atrasos.

“O que vai acontecer é que talvez não consigamos contratar um médico sequer. Nós e o Sindicato tivemos alguns debates e num deles chegamos a conversar sobre o pagamento de RPA. Eles alegaram que pagamos o RPA e não pagamos dezembro a eles. O que o eles disseram aqui, e está gravado, é que o médico especialista que está furando a greve está recebendo ameaça do sindicato e poderá ser denunciado ao CRM e sofrer punições”, enfatiza.

Ao ser questionado sobre uma alternativa eficaz, já que o próprio secretário não acredita que irão aparecer médicos para serem contratados, André Sotero disse: “Eu preciso da ajuda e de ideias da sociedade, do Ministério Público (MPE) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE), pois estamos trabalhando para pagar os atrasos e colocar em dia os contratos de medicamentos, hospitais, entre outros. O médico não poderá atender sem condições de trabalho”.

Sindimed

João Augusto volta a dizer que categoria não aceita empréstimo em 12 vezes 

O presidente do Sindimed, Joao Augusto Alves de Oliveira, ficou surpreso ao saber que a SMS tem dinheiro para pagar aproximadamente R$700 mil a 88 médicos por RPA e não pode pagar a folha de dezembro de 2016 dos 424 médicos concursados, que de acordo com ele é aproximadamente o mesmo valor. “Essa decisão do secretário só faz com que a categoria fique ainda mais indignada. Nós refutamos essa decisão. Contratar via RPA não é legalizada, e com certeza, é no mínimo quatro vezes mais caro que o nosso salário. Combater um ato ilegal, com outro ato ilegal é no mínimo errado”,
alega.

João Oliveira fez questão de ressaltar que o  discurso da PMA de que está pagando o mês de dezembro atrasado por causa do último gestor é engano. “Primeiro a prefeitura é impessoal e depois nós sempre trabalhamos o mês e recebemos no início do outro. Além disso, no último ano sempre recebemos com atraso de 15 a 20 dias, mas recebemos dentro do mês. Não precisamos pegar empréstimo para receber o salário de dois meses atrás”, enfatiza.

Ao ser questionado se esse impasse entre o Sindimed e a SMS era política, o sindicalista disse que é somente ‘política trabalhista’. “Estamos usando a mesma conduta que tomamos com Jackson Barreto e João Alves. Não aceitamos o empréstimo do 13º no Governo e não podemos fazer diferente com o Município. Não queremos aceitar nosso salário em 12 vezes. A categoria já concordou em receber em cinco vezes e não tivemos resposta da Prefeitura. Em todo esse tempo só nos reunimos duas vezes”, alega.

Informando que a categoria está cumprindo os 50% acordados do efetivo de greve, o médico diz que vê a situação da população com preocupação, mas “que médicos também têm contas a pagar e atrasos de contas pessoais”.

Por Raquel Almeida

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