Psicóloga alerta para perigos dos métodos radicais no emagrecimento

A psicóloga Adelle Moad alertou para o uso de métodos radicais. (Foto: Portal Infonet)

A busca por um corpo perfeito, principalmente na corrida pelo emagrecimento, tem sido responsável por grandes prejuízos para a saúde mental de uma parcela da população que vive esse conflito. A psicóloga Adelle Moad, especializada em transtornos alimentares e atuante na profissão há 15 anos, explica que os principais perigos residem nos métodos radicais de perda de peso.

Para a profissional, as pessoas inseridas nesse contexto tendem a entrar num ciclo vicioso tão prejudicial quanto o estado de obesidade. “Elas querem se encaixar nesse padrão de beleza e estar cada vez mais magras. Inclusive, este é um padrão que nem é necessariamente o padrão dos corpos da sociedade brasileira. São pessoas influenciadas pela mídia, por ideais de saúde e que buscam esses modelos. Quando uma pessoa se dá conta de que não está satisfeita com o seu corpo, quando percebe que há uma roupa que não cabe ou até mesmo quando recebe algum comentário, isso se torna um disparador de angústia que a faz querer se livrar desse desconforto. Aí é o momento em que tem que haver cuidado para não aderir a métodos radicais, que podem gerar grande prejuízo nas saúdes física e mental.”, argumenta a psicóloga.

Adelle Moad conta que o processo de insatisfação corporal gera a procura por métodos radicais, a exemplo dos chamados “shakes emagrecedores”, do uso de medicamentos e do estabelecimento de dietas restritivas. Segundo ela, a utilização destes recursos pode ser responsável pelo adoecimento mental das pessoas. “Os métodos radicais não trazem resultados sustentáveis. Promessas de emagrecimento rápido, de resultados e de desafios que fazem as pessoas passarem dias se restringindo não são a solução. Quando a pessoa se dá conta de que não conseguiu (cumprir), ela fica muito vulnerável e tende a piorar uma depressão ou um sintoma de ansiedade presente.”, explica.

Outro aspecto destacado pela profissional é que a restrição tende a gerar compulsão, já que o corpo sente a ausência de determinado alimento que foi cortado de forma abrupta. “A pessoa que se restringe muito, ela pensa mais em comida e tem grandes chances de haver compulsão alimentar.”, conta Adelle, que também alerta para a utilização da alimentação como forma de suprir carências emocionais do dia-a-dia. “As pessoas têm dificuldades de reconhecer suas necessidades. Quando se está cansada, triste ou com raiva, ela acaba não tendo consciência da situação e come para aliviar esses aspectos“, complementa.

Para alcançar resultados satisfatórios, sem a utilização de dinâmicas radicais que gerem os prejuízos citados, Adelle Moad salienta que os envolvidos devem buscar métodos de reeducação alimentar e a utilização de atividades prazerosas que substituam os maus hábitos. “O processo de reeducação de hábitos tem que ser feito de forma lenta e gradual. A transformação de ações de muitos anos não é rápida. A pessoa pode fazer um exercício mais saudável, mais relaxante. Brincar com o animal de estimação, praticar um exercício físico ou fazer uma massagem são opções. Há pessoas que se identificam mais com academias, com exercícios aeróbicos ou ao ar livre.”, conclui a psicóloga.

por Daniel Rezende

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