Dados foram identificados nos últimos dois anos, em Sergipe |
Dados levantados pelas equipes do Programa Estadual IST/Aids, da Secretaria de Estado da Saúde (SES), apontam para o acréscimo de 71 casos de sífilis em gestantes, identificados nos últimos dois anos, em Sergipe. Os números foram contabilizados até o último dia 20, através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), da Secretaria. Só este ano, foram registrados 391 casos, sendo 89 provenientes de Aracaju e 48 de Nossa Senhora do Socorro.
Os casos de sífilis congênita, que acontecem quando a bactéria responsável pela infecção passa da mãe para o bebê através da placenta, apresentaram redução de 23 casos no mesmo período em questão. Ou seja, até o último dia 20 foram registrados 285 diagnósticos da doença, comparado a 308 identificados durante todo o ano de 2016. Da mesma forma, este ano Aracaju lidera nas estatísticas de sífilis congênita, apresentando 69 casos, e em seguida, Nossa Senhora do Socorro, que registrou 33 diagnósticos.
O que é?
A sífilis é uma infecção adquirida em relação sexual quando não há uso de camisinha, portanto não escolhe idade, sexo, nem classe social. A contaminação nem sempre ocasiona a manifestação de sintomas, o que a caracteriza como infecção, às vezes, silenciosa por meses ou até anos. O primeiro sintoma surge a partir de uma feridinha nos órgãos genitais – pênis, vagina ou ânus – chamada cancro duro, que não dói, não gera pus e desaparece sozinha mesmo que não haja a cura. O segundo estágio da manifestação dessa infecção se dá com queda de cabelo, feridas no corpo, especialmente em mãos e pés, que não coçam.
Sem tratamento, a sífilis pode trazer agravos muito grandes para o sistema nervoso e para o coração, a exemplo de cegueira, demência e aneurisma de aorta (dilatação da artéria aorta). Porém, a maior problemática enfrentada pela rede pública de saúde é a sífilis congênita, que se manifesta quando a mãe não realiza o pré-natal corretamente. A mãe só infecta a criança quando não descobre a presença de sífilis ou quando descobre e não faz o tratamento.
Há também a possibilidade de a mãe descobrir a sífilis tardiamente, por isso o ideal é que o exame seja feito assim que a mesma identifica a gravidez. Quando infectado e não tratado, o bebê apresenta seqüelas, como infecção no nariz (pus), má formação no esqueleto e lesão no sistema nervoso, quando chega a nascer. Às vezes, o bebê chega a vir a óbito antes mesmo do nascimento.
HIV/Aids
Os números relacionados ao HIV/Aids, levantados nos últimos 30 anos, em Sergipe, apontam para 6.376 casos registrados entre adultos e crianças. Desses, 1.452 resultaram em óbitos, conforme o Sinan, da SES, que nesse caso incluiu também pacientes provenientes de outros estados, a exemplo de Bahia e Alagoas. No que diz respeito aos adultos e crianças residentes em Sergipe, o Sinan registrou 6.210 casos. Desses últimos, 1.397 óbitos.
Entre os municípios que apresentam maior prevalência para o HIV/Aids, ou seja, que quantificam o número de casos existentes da doença em uma população, estão Aracaju (44,99%), Nossa Senhora do Socorro (9,4%) e Itabaiana (4,5%). A faixa etária mais prevalente e a que está entre 30 e 39 anos (34,5%).
Segundo Almir Santana, médico e coordenador do programa IST/Aids, a SES está ampliando os locais de disponibilização de preservativos em Aracaju, sendo eles o Terminal Rodoviário Governador Luiz Garcia e ao estabelecimento Max Lanches, localizado na Orla de Atalaia. Além desses locais, camisinhas poderão ser adquiridas em dois cinemas alternativos direcionados para o público composto por homossexuais. As aquisições, por sua vez, acontecem 24 horas por dia.
“Em 2017, tivemos uma equipe coesa e uma população mais esclarecida no que diz respeito aos perigos das IST/Aids, embora ainda tenhamos uma parte da população que não acredita na possibilidade de contrair HIV, e por isso não usa camisinha nas relações sexuais. Um público, cujo comportamento gera preocupações”, esclareceu Almir Santana.
Fonte e foto: SES
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