A falsa sensação de que a pandemia do novo coronavírus passou tem levado as pessoas a relaxarem nas medidas de prevenção e assim participarem mais de atividades sociais e a circularem com maior frequência mais em ambientes diversos, principalmente os mais jovens.
Por não se enquadrarem nos grupos de risco, entendem, equivocamente, que estão imunes aos perigos de um adoecimento grave ou até mesmo de ir a óbito. Os números mostram que o risco existe: dos 2.365 óbitos registrados por Covid-19 em Sergipe, 141 ocorreram em jovens da faixa etária dos 20 a 39 anos.
O cenário é ainda mais preocupante quando se amplia a faixa etária. Dos 15 aos 49 anos, o número de óbitos em jovens chega a 329. “Precisamos entender que mesmo o jovem tendo menor risco de complicação, ele existe e é uma roleta russa porque não se sabe qual é o jovem que vai morrer ou qual terá a infecção de forma grave ou leve. As mortes por Covid-19 não são exclusivas para pessoas com idade acima de 60”, alertou o diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, infectologista Marco Aurélio Góes.
Marco Aurélio salienta que talvez seja este momento pior do que no início da pandemia, um período mais crítico que exigiu medidas bastante restritivas, enquanto agora há um quadro de intensa transmissão, mas onde não cabem mais medidas tão restritivas. Atenta o diretor que isso tem levado ao jovem principalmente, uma mensagem de que as coisas estão permitidas, que não há nenhuma restrição. Para ele, esse entendimento é equivocado e perigoso, especialmente quando se considera que é na faixa etária dos 15 aos 49 onde se concentra maior volume de casos confirmados: 67.265 ou 67,9% de um total de 99.151 ocorrências.
“São pessoas que mesmo assintomáticas estão circulando, estão transmitindo, seja nas festas, bares, encontros sociais ou na desobediência do uso das máscaras em lugares públicos e fechados”, sinalizou Marco Aurélio, lembrando que o jovem além de poder ter a doença sintomática e complicações, tem o papel de ser um disseminador do vírus por circular em vários ambientes, levando-o para casa, para amigos e parentes, ou pessoas esporádicas que encontre.
“Há quem possa pensar que por morar sozinho não trago risco para ninguém. Só que ele encontra com pessoas nos ambientes diversos. E aí ele pode levar o vírus para aquela pessoa que poderá ter a forma mais grave da infecção”, reforçou o infectologista, destacando que a desobediência às medidas preventivas resulta em maior pressão sobre a rede hospitalar público e privada, que já registram aumento nas taxas de ocupação.
Fonte: SES
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