Sindicalistas preocupados com possíveis demissões na FHS

Reunião aconteceu na sede do Sindicato dos Enfermeiros (Fotos: Portal Infonet)

Representantes de centrais sindicais, de sindicatos ligados à Saúde e assessores jurídicos, se reuniram na manhã desta quarta-feira, 14, na sede do Sindicato dos Enfermeiros de Sergipe (Seese) com a finalidade de construir um documento que será encaminhado ao Ministério Público Federal, à Fundação Hospitalar de Saúde e ao Secretaria de Estado da Saúde (SES), no sentido de pedir um esclarecimento quanto ao destino dos mais de sete mil servidores da FHS. Isso por conta da Ação Civil Pública (ACP) movida pelo MPF para que o Governo do Estado não renove o contrato com a Fundação.

“Não estamos nos opondo a Ação Civil do Ministério Público Federal, até porque os sindicatos já cantavam essa pedra, já falavam o que ia acontecer nos dias de hoje, desde a época da criação. Diversas vezes a gente questionou, mandou para o Ministério Público Estadual, vários centrais e sindicatos se movimentaram pra ser contra a Fundação porque nós entendemos que é um tipo de terceirização e uma forma de precarização do trabalho”, esclarece a presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Shirley Morales.

Demissões?

Shirley Morales: "O clima é de terrorismo"

A preocupação dos sindicatos é justamente porque foi realizado um concurso público para Fundação Hospitalar de Saúde, sete mil 251 servidores foram contratados e ninguém foi comunicado do que será feito caso a justiça sergipana acate o pedido do Ministério Público Federal.

“Muitos trabalhadores abandonaram inclusive empregos em outros estados, estão estabelecidos aqui em Sergipe há cerca de cinco anos e o trabalhador nem o controle social foi chamado para conversar. O problema não é nem a extinção, mas se esse contrato não for renovado em fevereiro, automaticamente em março ou a gente não vai ter pessoal ou o pessoal vai ter que ser absorvido. São sete mil 251 pessoas sendo que cinco mil e 500 exclusivamente do concurso da Fundação, que o Governo do Estado vai ter que dar conta de uma hora pra outra pra absolver ou não. Esse tipo de conversa, de diálogo não se dá de um dia pra noite”, preocupa-se a sindicalista.

Shirley Morales destacou a falta de diálogo com os trabalhadores. “O que aconteceu foi uma Ação Civil Pública movida pelo MPF onde em momento nenhum nós fomos chamados para fazer parte desse movimento, para discutir o que vai ser feito com os trabalhadores, se vão ser absorvidos. Hoje o clima é de insegurança, de terrorismo, gente achando que vai voltar para o seu estado com a mão na frente outra atrás”, lamenta.

A presidente do Seese falou ainda sobre a preocupação com a assistência a população. “Hoje já se encontra um caos com essas 7 mil e 200 pessoas imagine elas saindo.  Essa situação a gente precisa que seja esclarecida e é necessário no mínimo seis meses para conversar e infelizmente só vai ter até o final fevereiro. Vamos tentar juntar as centrais sindicais e os sindicatos que serão diretamente afetados, além do conselho estadual de saúde, para traçar nessa reunião, quais as alternativas jurídicas, tentar construir um documento com alternativas para que não haja prejuízos para o trabalhador e tentar encaminhar uma audiência com o MPF e a direção das Fundações e da SES para que conversem com o trabalhador e a sociedade, visando esclarecer o que vai acontecer, porque até então ninguém se manifesta e o clima é de terrorismo”, enfatiza.

Representantes do Conselho de Saúde e dos sindciatos dos enfermeiros, fisioterapeutas e assistentes sociais participaram da reunião.

MPF

Indagado sobre a situação dos servidores, caso o contrato não seja renovado, o procurador do MPF, Ramiro Rockenbach foi enfático: "É realmente um problema que o gestor da saúde e a Fundação Hospitalar precisam resolver no caso de uma demissão em massa. Se foi feito um contrato de cinco anos e não se pensou que esse contrato pode não ser renovado, então esse contrato não faz sentido ter cinco anos. É um contrato para sempre?", indaga.

Por Aldaci de Souza

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